Em apoio ao Dia Mundial sem Tabaco, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou um alerta na última semana: problemas de pele estão entre as doenças causadas pelo cigarro. A data, comemorada hoje (31), foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a fim de conscientizar a população sobre os riscos do tabagismo para a saúde.

“Aderir à campanha ganha relevância para o esclarecimento da população brasileira. O fumo, além de outros problemas para a saúde, acelera o envelhecimento cutâneo, deixa os cabelos opacos, resseca a pele, diminui a capacidade de cicatrização e gera manchas amareladas no rosto, mãos e unhas”, alertou o presidente da SBD, Sergio Palma.


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Embora o consumo de tabaco no Brasil tenha diminuído significativamente desde os anos 2000, essa redução ainda é insuficiente para atingir as metas acordadas globalmente pela OMS. Números recentes mostram que cerca de 157 mil brasileiros ainda morrem precocemente todos os anos por causa de doenças causadas pelo cigarro.

Doenças causadas pelo cigarro podem ter efeito mais nocivo em idosos

Quem alerta é o assessor do departamento de Geriatria Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Luiz Gameiro. De acordo com o médico, as doenças crônicas tendem a aumentar com a idade e se agravam com o passar dos anos. Assim, em pessoas com mais de 60 anos que acumularam longos períodos de exposição, o impacto do tabagismo pode ser mais nocivo. “Ainda mais nessa população com menor reserva funcional, principalmente cardiovascular e pulmonar”, explica Gameiro. “Além disso, os tumores malignos são mais comuns com o envelhecimento e o cigarro favorece o aparecimento de câncer em indivíduos suscetíveis.”

Para o assessor, os idosos podem ser considerados “aqueles tabagistas resistentes à interrupção deste hábito”. Diversos fatores podem explicar essa observação: um deles é a falta de vontade de parar. “Talvez porque mantêm essa rotina diária por tanto tempo que perderam a motivação ou não obtiveram êxito”, observa.

doenças causadas pelo cigarro

Outra explicação seria o sentimento de que já foram tão intensamente afetados pelos efeitos do tabaco ao longo de tantos anos que o alcance dessa mudança não traria tanto benefício assim. Gameiro discorda: “A mudança desse hábito traz sim benefícios, inclusive com redução na mortalidade dos idosos que pararam de fumar comparado aos que continuam fumando”.

Em entrevista ao Portal Saúde Brasil, a psicóloga Vera Borges, da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), afirmou que parar de fumar causa efeitos benéficos evidentes em todas as faixas etárias, inclusive entre as pessoas acima de 60 anos, principalmente na qualidade e na expectativa de vida.

“Mesmo já sendo idosa, a pessoa que deixa de fumar se beneficiará da melhora na sua qualidade de vida. O uso do tabaco está relacionado com o agravamento de várias doenças que podem surgir com o avanço da idade, como as doenças cardiovasculares”, explica.

Ela destaca que muitos fumantes acima dos 60 anos desejam abandonar o vício, mas o fato de terem sido tabagistas por muitos anos agrava a dependência da nicotina e dificulta a missão. Vera também aponta questões como fragilidade física, sentimentos de perda, medos e incertezas como barreiras aos idosos que pretendem largar o cigarro.

De acordo com o Datafolha, cerca de 14% dos idosos hoje no país são tabagistas. Entre os homens acima dos 60 anos, o percentual é de 18%; entre as mulheres, 11%. No entanto, mulheres são menos expostas ao vício que homens: 64% das idosas nunca fumaram, contra 43% dos homens idosos.

Para quem deseja parar de fumar

Para quem deseja auxílio para parar de fumar, a Sociedade Brasileira de Dermatologia informa que o INCA é o órgão do Ministério da Saúde responsável pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) e pela articulação da Rede de Tratamento do Tabagismo no SUS, em parceria com Estados e Municípios e Distrito Federal. Para mais informações, procure o INCA ou uma unidade de saúde do SUS para saber sobre o tratamento.

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