Instruções de xampu, composição de esmaltes, modo de usar de amaciantes. Se antes dos 40 anos ler rótulos e bulas era algo simples, depois dessa idade pode se tornar um grande desafio para muitas pessoas. E a dificuldade para enxergar de perto tem nome: presbiopia, conhecida popularmente como vista cansada.  

“Com o passar do tempo, as estruturas oculares envelhecem e é normal termos mais dificuldades para enxergar de perto”, sinaliza o oftalmologista José Ernesto Ghedin Servidei, consultor e especialista da Óticas Diniz. Há, explica ele, “dificuldade de acomodação do músculo ocular”, o que dificulta ter nitidez na leitura, por exemplo. 

“O músculo responsável pelo ajuste de foco da imagem –ciliar, que fica dentro do olho, atrás da íris – começa a perder força e isso causa dificuldade para focar objetos para perto e leitura. Também há a perda da compensação de pequenos erros refracionais, como a hipermetropia, e então pode haver alguma dificuldade visual tanto longe quanto perto”, completa Fabio Pimenta de Moraes, oftalmologista do H.Olhos Paulista. 

Os 40 marcam a chegada da presbiopia para a maioria da população, destacam os médicos. “Dificilmente pode ser evitada. No entanto, é possível acompanhar o seu desenvolvimento e tratá-la”, esclarece Servidei. Reverter também não é possível, afirma Moraes, “pois ele decorre do envelhecimento natural das estruturas e vai depender de cada organismo individualmente”. 

Como a dificuldade em enxergar de perto aumenta com a idade, a recomendação é o acompanhamento periódico com o oftalmologista. E o tratamento não é doloroso: consiste em usar óculos para perto, lentes de contato e recursos ópticos. 

Menos comum que a presbiopia, a hipermetropia também provoca dificuldade para enxergar de perto. Mas ela não tem idade para aparecer. “É um erro refracional geneticamente determinado, que pode ser observado desde o nascimento e geralmente vai declinando com o envelhecimento”, conta Moraes.  

Para tratá-la, é necessário o uso de óculos ou lentes de contato e, “em último caso, cirurgia refrativa a laser”, segundo Servidei. “Não há cura”, pontua Moraes. 

“Após os 50 anos também pode se desenvolver catarata, que vai interferir na qualidade visual e, depois dos 60 anos, podem se desenvolver degenerações retinianas, que são desastrosas para a capacidade visual”, explica Moraes. 

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