A cor de dezembro é laranja. É o mês em que são esclarecidos mitos e verdades sobre câncer de pele, doença que faz 165.580 novos casos por ano no Brasil – considerando apenas os não melanoma.

O número faz com que seja o câncer mais incidente entre a população brasileira, representando quase 30% dos casos, segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva) para este ano.

Proteger-se, no entanto, é simples. E começa pela diminuição da exposição aos raios solares e pelo uso do protetor. “Pode ser passado em casa, depois do banho, ainda sem roupa, e esperar secar”, sugere a dermatologista do HCor Dolores Gonzales Fabra, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

Confira, a seguir, 13 mitos e verdades sobre o câncer de pele.


1. A radiação é mais intensa no verão.

Verdade. Mas, no Brasil, que concentra boa parte do território em áreas tropicais e subtropicais, a radiação continua forte mesmo no inverno. É preciso manter os cuidados com a pele diariamente, em qualquer época.


2. Quanto maior o fator de proteção solar, melhor o protetor.

Mito. O número ao lado do FPS (Fator de Proteção Solar) está relacionado ao tempo que uma pessoa pode permanecer sob o sol sem que seja provocada vermelhidão na pele. Se são 15 minutos ou se é 1 hora, depende do indivíduo.


3. O FPS 60 é duas vezes melhor do que o FPS 30.

Mito. Quanto maior o FPS, mais tempo de exposição a pessoa pode ter sem que haja vermelhidão na pele. Mas, segundo Dolores, o FPS 60 não se traduz no dobro do FPS 30. “Vai durar apenas um pouco mais de tempo”, sinaliza.


4. Protetor físico (composto de minerais, que formam uma barreira refletora dos raios) é melhor do que químico (com moléculas que absorvem a radiação).

Mito. Ambos protegem. Mas o físico é mais indicado para pessoas com peles sensíveis, já que o potencial irritativo é menor, de acordo com a médica.


5. O número de homens que deve desenvolver câncer de pele neste ano é maior do que o de mulheres.

Verdade. Para o Brasil, estimam-se 85.170 casos novos de câncer de pele não melanoma entre homens e 80.410 nas mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. E o maior número de casos entre o sexo masculino se justifica por razões comportamentais, segundo a dermatologista. “Eles se expõem mais e se cuidam menos.” As mulheres, diz ela, se preocupam mais com o envelhecimento da pele.


6. Quanto mais clara a pele, mais protetor deve ser aplicado.

Mito. A recomendação é aplicar uma colher de chá no rosto, no pescoço e nas orelhas; duas colheres de chá para o tórax e as costas; uma colher de chá para cada braço e duas colheres de chá para cada perna.


7. Existe exposição ao sol 100% segura.

Mito. Mas é certo que a pessoa está mais protegida se estiver com filtro solar, chapéu e roupa anti-UV, por exemplo.


8. Depilação a laser ou com luz pulsada pode ser um fator para o surgimento do câncer de pele.

Mito. Esses tipos de fonte de luz não causam câncer de pele. A médica recomenda, no entanto, que seja evitada depilação a laser ou luz pulsada em áreas com pintas.


9. Câmaras de bronzeamento artificial aumentam o risco de câncer de pele.

Verdade. Em 2009, elas foram reclassificadas como agentes cancerígenos pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Desde aquele ano, são proibidas de serem utilizadas no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).


10. O câncer de pele é sempre uma pinta escura.

Mito. Dolores explica que há diversas cores e tonalidades, como os da cor da pele, os que parecem feridas e os pretos, avermelhados e vinho.


11. Mesmo quem não tem parentes com câncer de pele deve procurar o dermatologista uma vez ao ano.

Verdade. A recomendação é que seja feito acompanhamento anual com um especialista.


12. A maior longevidade exige mais cuidado com a pele. 

Verdade. A radiação tem efeito cumulativo. Logo, aqueles longos e demorados banhos de sol da infância e da juventude vão se somando às exposições ao longo dos anos.


13. Pintas pretas são sinais de tumores.

Mito. A pinta precisa ser examinada pelo dermatologista para avaliação. É preciso, no entanto, estar atento à regrinha ABCDE, divulgada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e verificar se a pinta tem:

A, de assimetria entre as metades;

B, de bordas irregulares;

C, de cores, com variação da coloração ao longo do tempo ou tonalidades diferentes;

D, de dimensão superior a 6 mm;

E, de evolução, com crescimento e mudança de cor, por exemplo.

Nesses casos, é preciso procurar um dermatologista.


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