Atender às necessidades e questões físicas, emocionais, cognitivas, sociais e espirituais de homens e mulheres de todas as idades. São muitos os benefícios da Musicoterapia, uma ciência que utiliza música, som, ritmo, harmonia e melodia num contexto clínico, educacional e social para prevenção e apoio a problemas de saúde mental, promovendo qualidade de vida e bem-estar aos seus pacientes.

Reconhecida internacionalmente como atividade clínica e regulamentada como profissão da área da saúde, a Musicoterapia busca desenvolver potenciais e restaurar funções do indivíduo para que ele alcance uma melhor qualidade de vida através da prevenção, reabilitação ou tratamento de doenças.

Desde 1978, o Conservatório Brasileiro de Música (CBM), no Rio de Janeiro, oferece graduação em Musicoterapia, bacharelado. O programa tem duração de quatro anos e é reconhecido como curso superior pelo Conselho Federal de Educação.

Lia Rejane Barcelos é professora do CBM. Especialista em Musicoterapia, ela explica que, no curso, o aluno aprende a utilizar a música como elemento terapêutico. “Como a música pode ajudar as pessoas que sofrem de várias e diferentes doenças e que música utilizar. Como trabalhar para não fazer que, ao invés da música ser terapia, acabar se tornando iatrogênica, isto é, causadora de algo que seria da ordem da doença”, comenta.

Tutu Marambá ou o Boi da Cara Preta

Mas a técnica já era usada muito antes disso, e as canções de ninar talvez sejam a maior confirmação desse fato. Cantadas por nossas mães ou babás, elas traziam – e ainda trazem – calmaria, acalanto e segurança aos bebês que podem descansar sossegados e confiantes. Em festas, reuniões, velórios ou celebrações religiosas, por exemplo, as melodias estão sempre presente e cumprem seus papéis de conscientizar, harmonizar, concentrar e festejar.

Pesquisadores acreditam que a Musicoterapia teve sua origem na Grécia Antiga, pois os gregos entendiam a música como harmonia máxima, estabelecendo uma relação privilegiada entre a música e a saúde.

Conheça os benefícios da Musicoterapia:

  • Aumenta a capacidade respiratória;
  • Estimula o bom humor;
  • Aumenta a capacidade de aprendizado de crianças em idade de alfabetização;
  • Controla a pressão arterial;
  • Alivia dores de cabeça, enxaqueca e dores crônicas;
  • Melhora a expressão corporal e estimula a coordenação motora;
  • Melhora a qualidade de vida;
  • Melhora os distúrbios comportamentais e auxilia no tratamento de doenças mentais;
  • Indicada como alívio para tratamento contra o câncer.

O importante é que emoções eu vivi

Pesquisas científicas mostraram que a música age diretamente na região do cérebro responsável pelas emoções, aumentando a produção de endorfina, conhecido como o hormônio do prazer. Aos poucos, a técnica vem sendo utilizada em escolas, hospitais, no tratamento de pessoas com necessidades especiais, durante a gestação e em lares de idosos. Mas é importante que o tratamento seja conduzido por um especialista.

Existem pesquisas que comprovam que em alguns casos, o tempo de internação é abreviado em hospitais que adotam a Musicoterapia para auxiliar no tratamento de seus pacientes.

Na opinião de Lia, não existem casos que sejam mais indicados para receberem o tratamento. A técnica pode ser empregada em uma ampla gama de pessoas portadoras das mais diversas patologias, como:

  • Acidente Vascular Cerebral (o popular derrame);
  • Afasia (a impossibilidade de fala depois de um derrame;
  • Casos de Paralisia Cerebral, que acometem crianças imediatamente antes do nascimento, durante ou depois do nascimento (como o cordão umbilical que impede a criança de respirar ao nascer, quando enrolado ao pescoço);
  • Com crianças com Deficiência Intelectual;
  • Com problemas de fala;
  • Crianças com Autismo;
  • Gestantes;
  • Bebês de risco;
  • Pessoas normais que querem se conhecer mais;
  • Câncer;
  • AIDS;
  • Doenças mentais e várias outras patologias.

Ela conta que a Musicoterapia não trabalha com músicas específicas para patologias específicas mas, sim, parte da identidade sonora e das preferências de cada paciente. Para isso, o musicoterapeuta deve estar preparado para trabalhar com qualquer estilo musical, instrumento, compositor ou cantor, porque a escolha será do paciente.

“Antes de se começar a trabalhar, é feita uma entrevista com o paciente, quando este tem condições de responder perguntas. Um dos objetivos dessa entrevista é pesquisar sobre qual é a identidade sonoro-musical do paciente. As preferências musicais, as preferências por instrumentos, enfim, quais são as músicas e compositores que o paciente mais gosta e o tratamento começa exatamente por esse caminho”, aponta a especialista.

Lia destaca que as músicas são as mais variadas. “Antigamente, o ‘campeão’ era Roberto Carlos. Mas, agora não se trata mais de um cantor, mas sim de um tipo de música. Em algumas instituições, a música das Igrejas Evangélicas são as mais pedidas ou cantadas. Isso depende também do musicoterapeuta pois, às vezes, é ele que escolhe”, conclui.

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