Diante do maior surto de febre amarela das últimas décadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu todo o Estado de São Paulo na área de risco de transmissão da doença. Um comunicado expedido no último dia 16 pelo órgão recomendou que a vacina seja tomada por pessoas que forem viajar para qualquer parte do Estado.

A medida foi tomada depois do aumento dos casos de morte por infecção. Até o momento, já foram registrados 21 óbitos por febre amarela. Já os casos contraídos dentro do Estado de São Paulo chegam a 40. Diante do atual quadro, uma campanha de vacinação está programada para começar no próximo dia 29. A meta é imunizar 8,3 milhões de pessoas em 29 cidades. Segundo balanço da Secretaria Municipal de Saúde da capital, mais de 900 mil doses da vacina já foram aplicadas na cidade de São Paulo este ano.

Na terça-feira (16), o prefeito de Mairiporã decretou estado de calamidade pública por causa da febre amarela, que já matou 6 pessoas na cidade, com um total de 13 casos confirmados e 57 suspeitos.

No Rio de Janeiro, a notícia de mais duas mortes em decorrência da doença provocou correria aos centros de saúde. Só na última segunda-feira (15), 26,2 mil pessoas procuraram os postos de vacinação da capital, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

Desde janeiro de 2017, a vacinação contra febre amarela está disponível gratuitamente em centros municipais de saúde e clínicas da família de todo o país. Também é possível encontrá-la em clínicas particulares, ao custo de cerca de 250 reais.

Em todo o país, entre junho de 2016 e junho de 2017 foram registrados 779 casos confirmados da doença e 262 mortes.

Mas o que é a Febre Amarela?

A febre amarela é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que provoca doenças conhecidas como dengue, zika e chikungunya. Pessoas infectadas costumas apresentar nos três primeiros dias febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. Nos casos de complicação, em que a doença se torna mais grave, o paciente pode apresentar quadros de insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maior parte dos infectados costuma apresentar uma boa recuperação, adquirindo imunização definitiva contra a doença.

Ao contrário do que muita gente afirma, a doença não é transmitida pelo macaco. O que pode acontecer é o macaco ser picado pelo mosquito e se tornar um hospedeiro do vírus. Quando picado novamente por outros mosquitos, o macaco então passa o vírus adiante.

Por isso, a melhor maneira de evitar a disseminação da doença é combatendo a proliferação do mosquito evitando água parada, utilizando sempre repelentes de insetos e tomando a dose da vacina, que está disponível gratuitamente em unidades básicas de saúde da rede pública. Também é possível encontrá-la em clínicas particulares, ao custo de cerca de 250 reais.

O Ministério esclarece que adultos vacinados não precisam repetir a dose.

Quem pode tomar a vacina de prevenção?

A vacina contra febre amarela é considerada altamente segura. Mas alguns grupos, como o de idosos, não podem receber a vacina por causa dos riscos de uma reação grave. Crianças com menos de 6 meses também não devem tomá-la sob hipótese alguma. Mães que estão amamentando crianças nessa idade também devem evitar a imunização. Em crianças entre 6 e 9 meses de idade, a vacinação só deverá ser realizada mediante indicação médica. A mesma recomendação vale para gestantes. Pacientes imunodeprimidos, como pessoas em tratamento quimioterápico, radioterápico, com aids ou que tomam corticoides em doses elevadas e pessoas com alergia grave a ovo também não devem se vacinar.

Espera por certificado internacional é de 3 meses

A espera de brasileiros que desejam viajar para países que exigem o certificado internacional pode chegar a até três meses, segundo dados divulgados hoje pela Folha de S.Paulo. O problema é a demora entre o agendamento e a emissão do CIVP nas grandes cidades. Em localidades de menor porte, a espera é de 1 a 5 dias.

No centro de orientação a viajantes mantido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, os agendamentos estão sendo marcados para depois de 4 de abril. Em Guarulhos, a próxima data disponível é no dia 16 de fevereiro.

Compartilhe com seus amigos