“Entre 15 e 20 anos, no Brasil, o maior benefício de seguro social não será superior a 1 salário mínimo”. Foi o que afirmou o presidente do Instituto de Longevidade, Nilton Molina, em sua fala na abertura do Magnext. O evento foi realizado pelo Grupo MAG (Mongeral Aegon) em comemoração aos 185 anos da companhia. Nilton Molina já previa que os brasileiros precisariam poupar mais.

Nos Estados Unidos, disse Molina, o valor do maior benefício pago pelo INSS americano já é de um salário mínimo. “É uma boa notícia para os jovens, que terão tempo de fazer suas poupanças. E certamente uma má notícia para os velhos, que se dedicaram a gastar o dinheiro e não economizaram”, continuou o presidente, diante de uma plateia entusiasmada de jornalistas e influenciadores digitais.

Com as novas regras para aposentadoria aprovadas em 2019 pelo Congresso Nacional, os brasileiros começaram a identificar a importância de planejar melhor o futuro. Passando assim a não depender apenas do INSS quando parar de trabalhar.

Uma pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência e encomendada pelo C6 Bank quis entender como andam os hábitos financeiros após a aprovação da reforma. Para isso, entrevistou mais de 2 mil pessoas das classes A, B e C das cinco regiões do país.

Segundo os dados, 33% dos brasileiros mudaram de comportamento e passaram a guardar dinheiro com regularidade. Outros 26%, que já realizavam investimentos, mantiveram o hábito. Já 31% afirmaram que ainda não estão pensando no assunto. Enquanto isso, 10% declararam que não têm o hábito de investir e que não conseguirão poupar mais dinheiro nos próximos anos.

Entre os novos investidores, 39% têm idade entre 16 e 24 anos. Já 37% têm idade entre 25 a 34 anos.

Uma pessoa colocando moedas em um porquinho. Imagem para ilustrar a matéria sobre poupar mais.

Crédito: Natthapol Siridech/shutterstock

Poupar mais ou não poupar?

Para Hirbis Girolli, especialista da MAG Investimentos, os resultados apontados pela pesquisa fazem todo sentido. “Existem muitas evidências empíricas e científicas ao redor do mundo de que há uma correlação entre o aumento na promessa de cobertura da Previdência Social e a diminuição na taxa de poupança de indivíduos e famílias”, relatou.

Um paper do Departamento de Orçamento do congresso americano fez um compilado de mais de 15 estudos das principais universidades americanas. Com isso, concluiu que cada dólar a mais no benefício implicava uma redução que ia até 50 centavos de dólar no valor poupado.

“No campo empírico, basta verificar que os países com menor taxa de reposição (renda de aposentadoria dividida por salário na ativa) possuem maior grau de poupança interna”, exemplificou Girolli.

O especialista citou a China. No país, o benefício de aposentadoria cobre pouco mais da metade do salário da ativa (em média). Com isso, o sistema de previdência alcança uma parcela ainda pequena da população. “Por lá, a taxa de poupança chegou a ultrapassar impressionantes 50% da renda da população”, ressaltou.

Girolli ainda classificou a taxa de reposição da Previdência Social brasileira como “muito ambiciosa” por buscar cobrir próximo de 100% do salário da ativa da esmagadora maioria da população.

“Tendo isso em perspectiva, considero que esta e as futuras e inescapáveis reformas na Previdência certamente contribuirão para aumentar a poupança dos brasileiros”, concluiu o especialista.

Principais investimentos

A pesquisa também mostrou que a maioria dos brasileiros está mais familiarizada com a poupança. Um sinal de que os demais investimentos disponíveis não são tão conhecidos. Entre os entrevistados, 48% afirmou conhecer muito bem sobre ela.

Bolsa de valores e fundos imobiliários foram os produtos menos conhecidos pelo público, representado apenas 16% dos entrevistados. Os que responderam entender sobre previdência e fundos de renda fixa representaram 27% e 28%, respectivamente.


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