Ao chegar à aposentadoria, a pessoa, em geral, se depara com um enorme vazio na vida. O trabalho - mesmo aquele que era rotineiro e chato - faz falta. Ao não ter mais o sobrenome organizacional, fica uma sensação de inutilidade. Agora sou o José, e não mais o José da empresa XYZ. Que opções ela tem? Ficar em casa, assistindo à TV ou lendo o jornal? Ir a um parque jogar dominó? Nada disso parece satisfazer os anseios da alma.

Na realidade, esse vazio abre um espaço enorme de atuação. A liberdade de escolha é tão grande que chega a assustar. É claro que a saúde física, emocional, familiar e financeira vai definir o que é possível para cada um: uma doença crônica pode criar limitações; a falta de dinheiro ou um valor baixo no benefício de aposentadoria são outras barreiras.

A convivência com pessoas mais velhas mostra que ficar inativo é um convite para doenças físicas e emocionais. O corpo físico pode declinar, mas a mente pode e deve continuar ativa.

É claro que uma boa aposentadoria, juntamente com mais tempo livre, abre possibilidades de viagens, lazer, visitas, hobbies e outras atividades prazerosas. Mas isso não preenche todo o tempo. A pessoa pode gostar de pescar, por exemplo, mas após meia dúzia de pescarias, fica um sentimento de repetição... A pescaria já não satisfaz mais. Um trabalho significativo também é fonte de prazer.

Respeitar o seu próprio ritmo e os limites da idade são atitudes sábias. E muita coisa pode ser feita, não só para preencher um tempo disponível, mas para gerar uma contribuição à sociedade e para a própria pessoa.

Ao se aposentar, várias possibilidades se apresentam:

  1. Voltar a trabalhar em suas áreas de conhecimento, em tempo parcial;
  2. Preparar-se para ser coach e mentor dos mais jovens, orientando seus estudos e carreiras. Numa organização, você pode ser um “guardião dos valores”;
  3. Transformar-se num consultor em suas especialidades, vendendo seus serviços a diversas empresas;
  4. Assumir um cargo de direção ou operação na associação ou no sindicato profissional de sua área profissional;
  5. Abrir um negócio em uma área nova, como um restaurante, uma pousada, um armazém, uma academia;
  6. Ser um franqueado;
  7. Oferecer serviços de locomoção e apoio a outros idosos;
  8. Atuar como guia turístico;
  9. Hospedar em sua casa participantes de programas de intercâmbio estudantil;
  10. Estudar novos assuntos, seja em cursos livres de especialização, seja graduação ou pós-graduação. Existem inúmeras possibilidades em diversas universidades, que oferecem cursos gratuitos para quem tem mais de 60 anos;
  11. Aprender um novo idioma;
  12. Escrever um livro sobre a sua experiência de vida. Hoje há sites como Kobo ou Kindle que possibilitam a autopublicação;
  13. Dedicar-se a um hobby de infância ou juventude: pintura, escrita, marcenaria, esculturas, velas. Isso pode se transformar numa fonte adicional de renda;
  14. Desenvolver um trabalho voluntário;
  15. Dedicar tempo a alguma instituição religiosa com a qual você se identifique.

Esta é apenas uma lista inicial de possibilidades. Algumas podem gerar dinheiro, outras não. Mas, com certeza, preencherão sua vida com um sentido renovado.

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