Na busca por um trabalho, não basta se inscrever em todas as vagas disponíveis e aguardar com otimismo por uma resposta. Os profissionais seniores devem valorizar o currículo e traçar uma estratégia objetiva para participar de processos seletivos – ressaltando as habilidades pessoais e possíveis contribuições à empresa, no lugar do longo histórico de organizações nas quais foi colaborador –, dizem os especialistas em recursos humanos.

“Profissionais acima de 50 anos devem deixar de focar no passado e pensar de que forma podem contribuir para o futuro da organização”, pontua Walter Alves, 60 anos, consultor especializado em diversidade e inclusão. “Se eu fosse participar de um processo seletivo, avaliaria se teria competência para permanecer no mesmo cargo nos próximos quatro ou cinco anos”, exemplifica.


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 Não adianta procurar emprego desesperadamente, é preciso pensar com estratégia”, alerta. Na ausência, 23% dos recrutadores descartam currículos ao perceber que o candidato não se encaixa à cultura da empresa, segundo sondagem feita pela consultoria Robert Half com 402 companhias brasileiras. Não à toa, para esses empregadores, tão importante quanto encontrar profissionais qualificados (84%) é receber os que têm o perfil da vaga (82%).

Por este motivo, o ideal é que o currículo seja personalizado para cada oportunidade, sem se estender na informação.  “A participação em um processo seletivo tem que ser pensada. Afinal, hoje, não há apenas vagas fixas, mas também oportunidades temporárias e em projetos”, explica Cecília Pedro Barboza, consultora de desenvolvimento humano que faz seleções no MaturiJobs.

Confira 5 dicas para valorizar o currículo

1 - Tenha clareza e objetividade

Independentemente do tempo de experiência do profissional, o currículo deve ser objetivo e nunca ultrapassar duas páginas. Quem trabalhou em várias empresas deve priorizar os cargos mais atuais e relevantes, sempre destacando os principais projetos realizados em cada posição. Ou seja, devem ser citados os trabalhos que façam sentido para a posição que a pessoa está pleiteando. “A elaboração do documento não pode ser vista como algo chato”, ressalta Cecília. “É apenas trabalhosa, afinal é o registro de toda a trajetória profissional da pessoa.”

Valorizar o currículo. Crédito: S_L/shutterstock

2 - Valorize atividades extras

É comum os trabalhadores priorizarem as experiências de trabalho em detrimento de atividades extras, afirma Walter. Esse padrão existe nas próprias empresas de recrutamento e nem sempre é vantajoso, principalmente no caso de profissionais mais maduros. “Trabalhos voluntários, cursos extracurriculares e intercâmbios indicam à empresa que o trabalhador tem iniciativa e se mantém atualizado.”

3 - Evite erros clássicos

Erros de português e de digitação podem pôr a perder a candidatura de qualquer profissional. Cada tópico do currículo deve ser relido e, se possível, o profissional também deve pedir para outra pessoa fazer a revisão do documento, alertam os especialistas. Outra gafe bastante comum é incluir foto. “Só se for solicitada pelo recrutador. Caso contrário, o documento deve conter apenas informações profissionais”, indica Cecília.

4 - Busque a assertividade 

Para que a busca por uma vaga seja assertiva, o envio de currículos não deve funcionar como e-mail marketing. Pelo contrário, deve ser focada e estratégica. De acordo com Walter, antes de entrar em contato com o recrutador, o candidato deve pesquisar se a empresa está, de fato, contratando profissionais seniores.

Uma dica para organizar o processo é fazer uma lista de empresas contratantes e enviar e-mails individuais para cada uma delas. “Para valorizar o currículo, o candidato deve ressaltar as competências pessoais e mostrar à companhia os diferenciais que possui em relação aos mais jovens”, aconselha.

5 - Confira os contatos pessoais

De nada adianta o profissional enviar o currículo para uma vaga ideal e se mostrar qualificado para ocupá-la, se os contatos pessoais indicados no documento estiverem errados. Ou pior: se ele não verificar o e-mail informado ou não atender o celular.

“O ideal é que o candidato verifique o e-mail duas vezes ao dia e esteja acessível pelo celular informado. Se o recrutador não conseguir falar com ele, um outro trabalhador será contratado”, afirma Cecília.

No caso de profissionais que viajam com frequência ou não têm o hábito de checar o e-mail diariamente, é possível — mas não ideal — indicar o contato de algum familiar. Ainda assim, a maioria dos recrutadores parte do pressuposto que, se a pessoa se candidatou à vaga, está atenta ao resultado do processo seletivo.


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