Com cursos gratuitos para a terceira idade, a Universidade Aberta da Pessoa Idosa (UAPI), extinta em 2016 pela Prefeitura de São Paulo, reabre suas portas em agosto, em oito endereços nas cinco regiões da cidade. A meta é certificar 750 alunos maiores de 60 anos de idade neste ano e um total de 3.500 até dezembro de 2020. As inscrições serão abertas em julho para aulas matutinas e vespertinas.

“Ela vem atender uma das deliberações mais importantes da OMS [Organização Mundial de Saúde], o envelhecimento ativo”, afirma Sandra Regina Gomes, 61 anos, coordenadora de Políticas para a Pessoa Idosa da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania. Para isso, a UAPI realizará atividades que promovem a saúde mental e as relações sociais, tão relevantes quanto aquelas que melhoram as condições físicas.

A palavra “ativo”, segundo a OMS, refere-se à participação contínua em questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente bem ou de integrar a força de trabalho. “Aposentados e idosos que vivem com alguma necessidade especial podem continuar a contribuir ativamente para seus familiares, seus companheiros, sua comunidade e seu país”, ressalta.


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Serão ofertadas duas modalidades de cursos nas UAPIs. Os especializados e obrigatórios, sobre direitos humanos e cidadania; envelhecimento ativo e memória e cognição; e os livres e opcionais, com atividades corporais e manuais, totalizando no mínimo 18 horas e no máximo 26 horas por semana. O aluno optará por uma disciplina em um turno e até duas oficinas no contraturno, duas vezes por semana.

universidade aberta da pessoa idosa 2 Crédito: Ermolaev Alexander/Shutterstock

As aulas da UAPI serão ministradas no Polo Cultural da Terceira Idade, no centro, e nos CEUs (Centros Educacionais Unificados), nas demais regiões, em classes de até 50 alunos, tendo como público-alvo os 1,7 milhão de moradores da capital que têm hoje 60 anos ou mais. “Queremos estimular que eles saiam de casa para interagir”, diz Gomes, que também é professora na Universidade Aberta à Maturidade da PUC.

Para isso, a ideia também é fomentar que o idoso decida quais atividades entrarão na grade “e se aproprie dos espaços para chamar de seu”, destaca a gerontóloga, afirmando que, numa sondagem informal, apareceram pedidos de oficinas de idiomas, inclusão digital e até marcenaria. “A proposta é que ele seja estimulado a desenvolver novas habilidades, numa aprendizagem contínua.”

Sandra Regina Gomes, 61 anos, coordenadora de Políticas para a Pessoa Idosa da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo; Sandra Regina Gomes, 61 anos, coordenadora de Políticas para a Pessoa Idosa da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo;crédito: Divulgação/SMDHC/Leonardo Yassuo Hirai

Afinal, como lembra a gerontóloga citando a última projeção da Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), o número de pessoas com mais de 60 anos dobrará na cidade, a partir de 2027: serão 12 idosos a cada 10 jovens, num universo de 12 milhões de habitantes. “2027 é depois de amanhã. Temos o grande desafio de pulverizar e multiplicar o modelo para todos os espaços de educação de São Paulo.”

Com investimento de R$ 2,9 milhões, a Universidade Aberta da Pessoa Idosa integra o Programa de Metas, instrumento que organiza as prioridades da Prefeitura de São Paulo nos quatro anos de mandato, conforme exigido pela Lei Orgânica do Município desde 2008. A gestão será feita por uma organização da sociedade civil, a ser definida ainda neste mês, a partir de uma seleção resultante do edital de chamamento.

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