Uma pesquisa realizada na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, defende que só deveríamos começar a trabalhar em tempo integral a partir dos 40 anos de idade, e não aos 20, como acontece atualmente. De acordo com o estudo, o ideal seria que tivéssemos jornadas de trabalho mais flexíveis nos primeiros anos profissionais, quando geralmente as pessoas têm inúmeras obrigações além do trabalho, como filhos e pós-graduações, e somente na meia idade passássemos a trabalhar em período integral.

Segundo a diretora e fundadora do Stanford Center on Longevity, da Universidade Stanford, Laura Carstensen, o problema é que nossa vida está organizada do jeito errado. Laura é psicóloga e responsável pelo estudo. Na opinião da pesquisadora, o ideal seria reduzir o ritmo de trabalho nessa primeira fase para que as atividades fossem realizadas com mais qualidade e sem tanto desgaste físico. Assim, chegaríamos à aposentadoria com uma melhor qualidade de vida e a saúde menos comprometida.


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Nos Estados Unidos, a expectativa de uma mulher de 40 anos é de viver mais 45, na maioria dos casos, com a saúde boa o suficiente para continuar trabalhando. Já no Brasil, a expectativa está bem aquém: são 75,8 anos de vida, dos quais apenas 14,4 anos serão na aposentadoria.

Comparando o trabalho a uma corrida de velocidade, em que os trabalhadores correm intensa e ininterruptamente ao longo de 40 anos, só parando por volta dos 65 anos, Laura chama atenção para o fato de que uma interrupção bruta pode trazer sérios danos à saúde mental do idoso. E a isso, ainda se somam outros agravantes, como perda de status e menor interação social por causa das limitações de uma saúde fragilizada. Para Laura, deveríamos acrescentar pequenas pausas ao longo do caminho, tempo a ser dedicado aos estudos, à família e a outras obrigações, além do lazer.

Com o aumento da perspectiva de vida, a pesquisadora defende que aconteça uma melhor distribuição da vida laboral. Da mesma forma, a educação formal poderia se estender por mais anos. E somente por volta dos 40 anos de idade, quando os filhos já estivessem criados e todas as especializações já tivessem sido realizadas, iniciaríamos as jornadas de trabalho em período integral. Dessa forma, teríamos, além de um melhor preparo físico e intelectual, muito mais disposição para produzir pelos anos a mais que a longevidade nos trouxe. E ao final dessas carreiras mais longas, novamente uma transição gradual antecedendo a aposentadoria definitiva, o que se daria por volta dos 80 anos de idade.

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