Com a proximidade das festas de final de ano, algumas redes de varejo abrem oportunidades para a terceira idade e para aposentados que queiram ganhar renda extra. Outras mantêm uma política permanente dentro de ações e programas que estimulam a diversidade nos locais de trabalho.
Com seis lojas no interior paulista, a rede Enxuto é uma delas. “Estamos sempre contratando”, diz Márcio Sandolin, gerente de marketing do grupo Enxuto. A rede procura dar espaço à contratação de pessoas com mais experiência para atender inclusive os clientes que estão nessa mesma faixa de idade.
“Existe um público de terceira idade que precisa de bons serviços, de qualidade na hora de ser atendido. Trabalhadores com uma bagagem profissional maior são dedicados, cuidadosos e ajudam a fidelizar esses consumidores”, diz o gerente de marketing.
Após pesquisar a frequência e horários em que os clientes da terceira idade vão às compras, a rede escalonou os funcionários dessa mesma faixa etária para prestar atendimento especializado a esse público. “Como os idosos são menos ágeis, por exemplo, fizemos coincidir os horários de compras com o de trabalho desses funcionários, que geralmente são mais polidos, atenciosos e prestativos.”
Os empregados da terceira idade faltam menos ao trabalho, tem um comprometimento maior com as funções que executam, têm menos ansiedade na carreira, além de trocar menos de emprego, avalia Sandolin. “Aqui as portas estão sempre abertas a esses funcionários.” A rede Enxuto está com vagas abertas para idosos (informações: www.enxuto.com.br ).
Há 18 anos, o GPA oferece vagas para a terceira idade, como parte de uma diretriz da companhia para que os funcionários retratem a diversidade da população brasileira.
Nas unidades Pão de Açúcar e Extra de todo o país são 3.450 empregados hoje, que, segundo a companhia, prestam um atendimento personalizado aos clientes. A rede não informou se fará contratações de mais idosos para trabalhar como temporários no final do ano, mas afirma que “a busca por esses profissionais é uma iniciativa constante da companhia”.
“Um dos maiores desafios da geração atual é romper barreiras e reunir experiências de diferentes gerações, oferecendo oportunidades para profissionais a partir de 55 anos de idade e valorizando a contribuição desse público” informa o GPA.
O cargo de entrada mais comum na faixa da terceira idade é de empacotador, por não exigir experiência. Mas há outras funções ocupadas por esses profissionais em todos os níveis hierárquicos – de ajudante de manutenção a analista comercial, de gerente de loja a secretária de diretoria.
“Após os 55 anos de idade, as vagas são escassas. A ação permite uma oportunidade para que essas pessoas continuem no mercado, voltem a trabalhar para complementar a renda da família ou apenas manter o desejo de continuarem ativas”, afirma a rede.
Na rede Mercadinho São Luiz, no Ceará, a política também é de adotar ações de diversidade sem discriminar trabalhadores idosos como prática constante da empresa.
“A visão é de não impor idade (na admissão). Há pessoas superativas na empresa com mais de 60 anos e também em cargos de liderança. Desde que se sintam engajadas, fazendo o que gostam de fazer, sendo bem cuidadas, as pessoas vão dar o seu melhor”, diz Ana Paula da Rocha Falcão, gerente de RH da rede cearense, com 16 lojas no Estado.
O que pesa na hora de contratar um profissional, diz a gerente, é gostar de lidar com público e atender bem os consumidores. Entre os principais benefícios que destaca nos empregados com idade mais avançada está a motivação, o que estimula os demais funcionários, além da oportunidade de troca de experiência com os mais jovens.
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