Muitas empresas adotam sistema de mentoria: funcionários mais velhos usam sua experiência e seu know-how para auxiliar o crescimento dos mais jovens em encontros periódicos. Mas, se é verdade que as novas gerações têm muito para aprender, também é verdade que elas têm bastante para ensinar. E foi esse conceito que a multinacional Henkel decidiu colocar em prática.

A companhia, que atua nas áreas de tecnologia em adesivos, cosméticos e produtos de limpeza, criou o programa Mentoria Reversa. Nele, os jovens talentos digitais da empresa orientam as pessoas com 50 anos de idade ou mais – 10% do total de funcionários no Brasil – no uso da tecnologia.

A iniciativa teve a primeira turma neste ano. A partir de uma convocatória interna, voluntários formaram oito duplas de jovens e sêniores. E juntos passaram por um workshop, que abordou os objetivos do encontro. Tudo durante o expediente.

A única exigência era a de que o par se encontrasse pelo menos uma vez. “Para a gente, o surpreendente foi que a maioria das duplas fez mais de uma sessão. Elas ainda compartilham links, se encontram, se consultam”, destaca a diretora de RH da Henkel, Valéria Gladztein.

O objetivo de aproximar a tecnologia dos mais velhos e demonstrar que ela pode ser uma ferramenta para buscar informação, conectar a família e mudar até a vida social foi atingido, segundo ela. E também o de derrubar a ideia de que os experientes não precisam de treinamento.

Mas os benefícios não foram apenas esses. “Um efeito bastante positivo é, por exemplo, a diminuição de barreiras hierárquicas e a aproximação para troca de ideias e experiências. Os participantes atuais mostram vontade de seguir com a mentoria, e outros funcionários também mostram a intenção de participar”, conta a executiva.

A diretora de RH acredita que a Mentoria Reversa possa trazer desenvolvimento profissional, por meio de troca de experiências, valorizar a diversidade, e com isso, gerar um frescor de ideias para a companhia. E, ainda, melhorar o clima organizacional, que “vem como uma consequência natural, uma vez que promove o diálogo e diminui distâncias entre cargos”.

“Profissionais mais experientes e com cargos mais altos passam a estar mais abertos, mais atualizados, a ouvir os mais jovens, a derrubar barreiras. Por outro lado, o profissional mais jovem também recebe conselhos, troca ideias e melhora seu desenvolvimento pessoal, profissional. Esse jovem sente-se mais próximo das lideranças e mais inserido na cultura da empresa.”

Ela diz que não está definido se haverá uma nova turma. “Mas, devido à excelente aceitação, o programa deve continuar em 2017 com novas duplas.”

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