Com dificuldades financeiras e duas filhas para criar, Cleusa de Freitas começou a fazer bolos e salgadinhos por encomenda em São José do Rio Preto (SP), aos 20 anos de idade. Foram quatro décadas trabalhando em pequena escala, até que, incentivada pelos netos, abriu a primeira loja no ano passado. Diz que ficou “um pouco assustada” em empreender aos 64 anos, mas seguiu em frente.

Dezoito meses depois, a franquia Vovó Kel comemora um faturamento de R$ 5,4 milhões, nas 23 unidades. O segredo? “O nosso diferencial são minisalgadinhos com muito recheio. Tudo feito com amor e carinho, igualzinho uma avó faz para seus netinhos. Focamos a qualidade, a crocância e o sabor caseiro, diz ela, que faz questão de acompanhar a produção na fábrica, na qual investiu R$ 500 mil.

Em entrevista por e-mail ao Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, ela diz que se sente realizada. “Reunir a família em um mesmo negócio, ver a marca que leva meu nome se expandir e dar certo é muito gratificante”, pontua. E não pensa em parar. “Posso não ter mais a mesma disposição para pegar no pesado, mas quero acompanhar e participar de tudo.” Os planos? 100 franquias em todo país até 2019.

A sra. começou a cozinhar para ajudar na criação dos seus filhos?

Sim, há 45 anos, fazendo bolos e salgados para fora. Fazia tudo em casa. As dificuldades eram o espaço pequeno, a falta de maquinário apropriado e a falta de recursos financeiros para investimento.

Como foi a decisão de abrir a primeira loja própria?

Abrimos a primeira loja [junho de 2015] porque as encomendas aumentaram muito e eu já havia investido na minha primeira máquina. Os meus netos me incentivaram, para que pudéssemos ter a pronta entrega dos salgadinhos que, a princípio, eu só fazia sob encomenda.

“[Com a franquia], outras pessoas poderiam ter a receita do bolo e ganhar seu próprio dinheirinho, assim como eu fiz 

Depois de mais de quatro décadas trabalhando em pequena escala, como foi essa decisão de criar uma franquia de doces e salgados?

Eu já estava com 64 anos quando abri a primeira loja. Percebermos que poderia dar muito certo e resolvemos franquear. Dessa forma, outras pessoas poderiam “ter a receita do bolo" e ganhar seu próprio dinheirinho, assim como eu fiz.

Quem a ajudou a formatar o negócio? De quanto foi o investimento?

Quem tomou a iniciativa foi meu neto Diego Melo e, juntamente com a Teaser Franchising, formataram o negócio. Inicialmente, foram investidos R$ 500 mil.

Quantas unidades a Vovó Kel tem hoje? E qual foi o faturamento nesses quase dois anos?

Hoje temos 23 unidades, e nosso faturamento foi em torno de R$ 5,4 milhões.

netos No mix de sete produtos da Vovó Kel, os minisalgadinhos com muito recheio são os mais vendidos; crédito: divulgação

Tem planos para o negócio? Pretende expandir fora do Estado de SP?

Sim. Temos tido bastante procura em Minas Gerais e Mato Grosso.

Qual é o principal diferencial dos doces e salgados da Vovó Kel? Quais são os produtos mais vendidos?

O nosso diferencial são minisalgadinhos com muito recheio. Tudo feito com amor e carinho, igualzinho uma avó faz para seus netinhos. Focamos a qualidade, a crocância e o sabor caseiro. Nada de sabor industrial.

Hoje contamos com um mix de sete produtos: croquete de carne; bolinha de queijo;  rissoles de pizza; coxinha de frango; quibe e churros de chocolate e de doce de leite. A pedido dos clientes, incluímos mais dois produtos: batatinhas noisettes, minibatatas com recheio de purê de batata, e também a batata corte especial.

A sra. ainda vai para a cozinha? Com que frequência? Experimenta novas receitas?

Sim. Gosto de experimentar novos sabores, criar novas receitas. E faço questão de acompanhar a produção na fábrica.

“A maturidade nos ensina que a realidade não assusta e os medos se dissipam”

Empreender aos 64 anos a deixou apreensiva?

Um pouco. Por isso conto com a ajuda do meu neto e da Teaser. Eles me oferecem todo o suporte para gerir um bom negócio.

O negócio aproximou-a ainda mais de seus netos? Como a sra. avalia essa troca de experiências entre gerações?

Certamente. Hoje trabalhamos todos em família. Eu aprendo muito com eles. E acredito que eles também têm aprendido um pouco comigo também.

A sra. está à frente de todo o negócio ou delegou para a família?

Hoje eu acompanho. A família está à frente.

E recomenda empreender em família?

Parece complicado, mas, se todos trabalharem com o mesmo objetivo, o negócio certamente dará certo.

Nunca é tarde para realizar um sonho

O que a maturidade traz de bom?

Ela nos ensina que a realidade não assusta e os medos se dissipam, então nunca é tarde para sonhar e realizar os nossos sonhos.

A sra. se sente mais realizada hoje?

Claro. Reunir a família em um mesmo negócio, ver a marca que leva meu nome se expandir e dar certo é muito gratificante.

Quais são os seus planos para o futuro?

Chegarmos a cem franquias por todo o Brasil até o ano de 2019.

Pretende parar de trabalhar? 

Não! Posso não ter mais a mesma disposição para pegar no pesado, mas quero acompanhar e participar de tudo.

Que conselhos a sra. daria a quem está pensando em empreender na terceira idade?

Não ter medo. Nunca é tarde para realizar um sonho.

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