O mercado de trabalho está mudando de forma rápida. Muitas carreiras estão nascendo, enquanto outras deixam de existir ou se renovam de acordo com as necessidades e as demandas que surgem. Nesse contexto, as pessoas (já empregadas ou não) estão procurando entender quais são as profissões em alta para saber se continuam onde estão ou se tentam um novo caminho.

Dani Novello, coach de escolhas profissionais e analista comportamental, explica que falar sobre as profissões em alta em 2020 é também falar sobre aquelas que estarão em destaque no futuro. “Essas carreiras dificilmente deixarão de ser as mais cobiçadas e de ter o maior número de vagas disponíveis no mercado”.

Ou seja, quem quer escolher uma profissão para o ano que vem ou mudar de emprego, precisa pensar a longo prazo e no que deseja fazer no futuro. Para Dani, existem quatro pilares principais que podem se destacar nos próximos anos e ser o caminho para quem busca uma carreira sólida.

Confira as 4 profissões em alta para os próximos anos

Tecnologia

A tecnologia é uma das carreiras, a longo prazo, que mais tendem a crescer, independentemente da área, seja ela engenharia de software, engenharia da computação, análise de sistemas, ciência de dados, entre outras. “A tecnologia é o primeiro pilar, pois unifica todos os demais”, conta Dani. É uma carreira que conecta e se insere em outras, como saúde, negócios, marketing e inteligência de dados, o que possibilita um maior número de oportunidades.

Marketing e vendas

“Quando pensamos na movimentação da economia, entendemos que precisamos de pessoas que saibam vender e de profissionais de marketing para gerar ofertas”, observa a analista. Essas duas áreas estão no mesmo pilar, pois estão interligadas e dizem respeito à movimentação de produtos e serviços em relação aos clientes. 

“Quando falamos em marketing, podemos citar as áreas de marketing tradicional, marketing digital, gestão de compras, lojas online ou presenciais. Em relação a vendas, temos os profissionais que fazem a venda de produtos e serviços, incluindo representantes ou gerentes de vendas”.

Pessoas

O terceiro pilar é focado em pessoas, tanto na parte de desenvolvimento pessoal no ambiente corporativo, como em criar e fortalecer o relacionamento entre profissionais de outras áreas. Aqui se destacam as carreiras voltadas para recursos humanos (RH), desenvolvimento humano, gestão de pessoas e psicologia. 

“Todas as áreas que envolvem pessoas tendem a crescer”, reforça Dani. As empresas e os profissionais estão cada vez mais interessados em temas como autoconhecimento, produtividade, habilidades socioemocionais e em melhorar o potencial no trabalho. “Essa também é uma área que une outras, como tecnologia, vendas e finanças. Por isso, tudo que for voltado para pessoas tende a ser uma grande aposta de profissão para o futuro”.

Finanças

O último pilar é finanças. “Falando no âmbito empresarial, queremos empresas financeiramente estáveis, então precisamos de pessoas que entendam de taxas, controladoria, crédito e tributação”, comenta a analista. Com a movimentação da economia, profissionais que conhecem e têm experiência no setor financeiro são cada vez mais requisitados, já que eles são necessários para que o motor econômico continue girando. “Dentro desta área, existe a parte do mercado financeiro e a parte de finanças e contabilidade do corporativo”.

O primeiro passo para escolher sua profissão

Para Dani, o essencial para ingressar em qualquer profissão, e não apenas naquelas que estarão em alta no futuro, é fazer um exercício de autoconhecimento. “Como eu trabalho com escolha profissional, tanto de adolescentes, quanto de adultos, vejo que as pessoas não se conhecem e acabam elegendo profissões pelos motivos errados ou por influência de amigos, familiares, da escola ou da sociedade”. 

Nesses casos, as pessoas correm o risco de não entrar na profissão certa ou de escolher uma faculdade mais tradicional (como medicina ou direito), sem entender com o que realmente gostariam de trabalhar. “Podem decidir por uma universidade porque os amigos escolheram a mesma ou porque alguém disse que eram bons em determinado curso. Assim, os critérios de decisão não são os mais adequados”.

profissões em altaCrédito: Elle Aon/shutterstock

Segundo Dani, é preciso entender o que você gosta e não gosta de fazer, em qual ambiente quer trabalhar, qual rotina gostaria de ter e o que incomoda mais no seu dia a dia. Para ela, as situações do dia a dia podem ser utilizadas como um grande estudo de caso para ajudar na hora de fazer uma escolha, por isso é preciso pensar em tudo com cuidado. 

O que é preciso para entrar em uma das profissões em alta?

Além das hard skills (competências técnicas para uma profissão), as soft skills (habilidades comportamentais) também são muito valorizadas por gestores e empresas hoje em dia e podem ser um diferencial para entrar em uma das profissões em alta. Entre as principais, algumas se destacam:

  • Comunicação, para dialogar e se relacionar com as pessoas;

  • Criatividade, para inovar ou encontrar soluções diferentes para um problema;

  • Trabalho em equipe e flexibilidade na hora de lidar com profissionais de diferentes perfis;

  • Liderança, para inspirar os colegas e a equipe;

  • Proatividade, para fazer além do que é pedido;

  • Empatia, para saber se colocar no lugar do outro e ter uma escuta ativa; 

  • Resiliência e capacidade de se adaptar, recomeçar e reiniciar projetos;

  • Pensamento crítico, para questionar métodos e propor novidades.

E para mudar de emprego?

Antes de sair do emprego para buscar novas oportunidades, é importante entender se você quer mudar de empresa, mas desempenhar a mesma função, ou se quer fazer algo totalmente diferente. 

“Quando uma pessoa me fala que quer mudar de emprego, eu sempre falo que é preciso fazer uma autoavaliação para compreender o quanto ela se desenvolveu e o quanto ela se atualizou em relação à profissão”, conta Dani. “A partir dessa análise, podemos ver o que o mercado está buscando e o que essa pessoa tem para oferecer”.

Se você tem interesse em tentar uma nova área, então o mais indicado, na opinião da analista comportamental, é se preparar fazendo alguns cursos ou buscar a ajuda e os conselhos de alguém com mais experiência na profissão. Dani explica que os cursos não precisam ser uma nova faculdade, mas algo de duração menor e mais focado em seu objetivo final como cursos técnicos ou de desenvolvimento pessoal. 


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“Eu acho que aí cabe ao profissional identificar aquilo que ele já tem, qual o histórico e a experiência que ele tem, e aí ver como um novo curso pode agregar ao currículo dele, seja trazendo um novo olhar ou uma atualização do que ele já sabe”.

Psicólogos, coaches, profissionais já inseridos na área desejada ou consultores de carreira também podem se tornar excelentes aliados na hora de mudar de profissão. O importante, segundo a analista, é que seja alguém com mais experiência e que gere confiança, que possa atuar como um mentor e guiar você na direção certa.

Como se encontrar profissionalmente

“A dica mais importante que dou é: tenha clareza sobre quem você é”, destaca Dani. Ou seja, procure saber do que você gosta, quais são os seus pontos fortes, os seus valores pessoais, o que motiva suas ações e o que rege suas decisões. 

A segunda dica da especialista é saber muito bem quais são as suas opções profissionais e como casá-las com os seus interesses e gostos pessoais. “Quando você se conhece muito bem e busca entender mais sobre a profissão que gostaria de ter, então consegue descobrir se esse trabalho vai se encaixar muito bem com você ou não”.

O próximo passo, depois de definir o que você realmente quer fazer profissionalmente, é entender se os valores da empresa onde decidir trabalhar se adequam aos seus. “Às vezes, a atividade está OK, o dia a dia está OK, a rotina está OK, mas os valores da empresa não batem com os seus e isso pode fazer com que você se sinta muito infeliz”, explica a analista. “É preciso procurar ajuda e autoconhecimento, seja nos livros, em um curso, em um treinamento, em uma imersão ou em uma sessão de psicoterapia, em um processo de coaching ou em uma mentoria”, finaliza.

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