Qual o seu plano quando deixar o mercado de trabalho? Para 5 em cada 10 profissionais, a opção mais cogitada é abrir um negócio próprio, revela pesquisa da Catho, que ouviu 23.011 brasileiros. Ser consultor (20%) ou autônomo (15%) são outras alternativas, e só 7% não pretendem trabalhar ao se aposentar.

E com qual idade? Não antes dos 60 anos de idade, para a maior parte deles: 21% escolheriam entre 60 e 64 anos; 20%, entre 65 e 69 anos; 12%, entre 70 e 74 anos; e 20%, após os 75 anos. Antes disso, 4% optariam por deixar seus trabalhos antes dos 50 anos; 9%, entre 50 e 54 anos; e 13%, entre 55 e 59 anos.

“Muitos desses profissionais têm uma trajetória marcada pela boa estabilidade, e uma parcela considerável almeja empreender pela necessidade de se manter produtivo, útil e num ritmo de vida ativo, aliando expectativa de longevidade com satisfação pessoal”, analisa Juliana Pereira, assessora de carreira da Catho.

Para a consultora, com o cenário de crise vivenciado no país e um desemprego crescente atingindo 11,6 milhões de pessoas, alguns profissionais, incluindo os aposentados, não estão conseguindo recolocação no mercado e dessa maneira enxergam a abertura de um negócio como uma oportunidade.

Mas quais são os riscos de empreender após os 60 anos? “Ele é real para qualquer pessoa, caso não exista planejamento no momento de investir em um negócio e conhecimento do mercado em que se pretende atuar. Quem quer empreender deve estar apto a driblar adversidades e lidar com imprevistos que exigem resiliência.”

E, lembra a consultora, diferentemente do senso comum, empreender na terceira idade pode ser uma vantagem, “já que a experiência é um dos aspectos mais relevantes, e os aprendizados e vivências podem ser aproveitados no gerenciamento do negócio”. Além disso, “a maturidade comportamental e emocional são qualidades encontradas com mais facilidade em profissionais maduros”.

Se a ideia é manter-se no mercado, Juliana tem uma boa notícia: “Hoje muitas empresas têm se tornado mais flexíveis na reinserção de profissionais maduros”, diz. “No entanto, ainda há um tabu que essas pessoas já não têm mais a mesma capacidade produtiva, mas é uma questão cultural que aos poucos está mudando.”

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