Depois de tomar aquela ducha refrescante, lavar os cabelos e usar todos os cremes e óleos a que se tem direito, muitas pessoas têm o costume de finalizar esse ritual com o uso de hastes flexíveis nos ouvidos, os famosos cotonetes. Se esse é o seu caso, cuidado!

Otorrinolaringologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Amanda Carvalho Villa de Camargo explica que, embora seja um hábito comum da população, o uso do cotonete é contraindicado pelos riscos e malefícios que ele pode causar à saúde.

“Primeiro, pode gerar uma produção mais excessiva de cera. Em vez de estar melhorando, limpando, você estimula mais a produção”, pontua a especialista.

O processo é simples de entender: as glândulas ceruminosas produzem o cerume (cera), que tem função antifúngica e antibacteriana para proteger e lubrificar a região. Ela também evita a entrada de água em excesso no ouvido. Essa substância é empurrada naturalmente pelo organismo em direção ao orifício auditivo externo. Ao serem introduzidas, as hastes flexíveis acabam empurrando essa cera em direção aos tímpanos e dificultando a sua saída. Como reação, o organismo estimula o funcionamento das glândulas ceruminosas, que acabam por produzir ainda mais cera.


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Um segundo problema que pode ser causado pelo uso de cotonetes é a lesão da fina camada de pele que reveste o conduto auditivo, o que pode dar início a um processo infeccioso conhecido como otite externa.

Mas na opinião da médica, o pior dos casos seria um comprometimento da capacidade auditiva. “A parte mais prejudicial e arriscada do uso de cotonetes seria ele entrar na profundidade do ouvido e levar a uma perfuração do tímpano”, alerta Amanda. “Essa perfuração é mais perigosa porque vai causar a diminuição da capacidade auditiva, além de ser somente corrigida com procedimento cirúrgico”.

Cera em excesso

Em casos em que há uma produção excessiva de cerume pelo organismo, seja por questões naturais ou por reação ao uso indevido de cotonetes, a situação pode causar um certo desconforto ao paciente, pela dificuldade em escutar. Quando isso acontecer, o indicado é que a pessoa procure um especialista.

No consultório, o otorrinolaringologista irá realizar procedimentos como lavagem ou aspirações com instrumentos especiais que não agridam os ouvidos nem tragam riscos de perfuração do tímpano ou de infecções.

Em vez de cotonetes, toalhas

Por vezes, a cera que permanece no canal externo do ouvido seca e vira uma espécie de pó, que é naturalmente eliminado pelo organismo. Outras vezes, o movimento do organismo que empurra a cera para fora pode fazer com que parte dessa substância fique visível na entrada do conduto auditivo.

Nesses casos, Amanda explica que a limpeza do ouvido deve ser feita com o menor dedinho da mão. “O que ele entrar no conduto auditivo, é o que precisa para limpar”, destaca a médica.

Para tanto, ela orienta enrolar o dedinho em uma toalha após o banho ou até mesmo com um pedacinho de papel higiênico. A mão deve realizar movimentos suaves e circulares para evitar lesões ou a entrada de materiais indesejados no conduto auditivo.

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