Uma nova variante do coronavírus foi detectada no Reino Unido e já se espalhou por outros países como Austrália e Itália. De acordo com autoridades de saúde inglesas, sua taxa de transmissão é em torno de 70% maior e atualmente é a forma mais comum do vírus na Inglaterra.

O estudo sobre essa nova variante ainda está em estágio inicial, mas já levou diversos países europeus a aumentarem medidas restritivas no combate à pandemia. Até o momento, o que se sabe é que a nova versão do vírus está substituindo rapidamente as outras e que apresenta mutações em partes importantes de sua composição, que podem aumentar sua capacidade de infectar células do corpo humano. Mas os cientistas esbarram na dificuldade de concluir se a mutação ocorre devido ao comportamento humano ou devido ao vírus

Coordenador do Curso de Biomedicina do Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR) e delegado do Conselho de Biomedicina do Rio de Janeiro, o virologista Raphael Rangel explica que não é incomum os vírus sofrerem mutações. No caso do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, as mutações acontecem até duas vezes por mês.

“O que nos deixa mais em alerta é a quantidade de alterações que já foram provocadas”, explica o virologista. “São de fato 17 alterações que aconteceram ali no vírus especificamente, e nessas 17 alterações eles configuram a ação da glicoproteína spike, que é como se fosse uma chave que o vírus coloca nas nossas células e consegue entrar”. Para Rangel, essa nova variante vai se tornar mais transmissível do que as demais já existentes.

A maior preocupação se dá pelo fato de a mutação acontecer nessa glicoproteína. Já há algumas evidências de que o vírus pode, sim, se tornar 70% mais transmissível, o que justifica o fato de que três quartos dos infectados na Inglaterra tenham sido por essa nova linhagem.

Nova variante do coronavírus traz risco de reinfecção

Outra possibilidade que chama a atenção dos especialistas é que essa nova variante do coronavírus pode causar a reinfecção de pacientes que já haviam se curado da Covid-19 devido à baixa no número de anticorpos que o vírus provoca.

Contudo, Rangel destaca que não há evidências de que essa nova variação seja uma ameaça aos imunizantes que já estão sendo desenvolvidos. “As vacinas pegaram regiões bem preservadas do vírus e assim conseguem provocar a imunidade, mesmo que essa mutação venha a se alastrar”, explica.

A grande preocupação se dá pelo fato de que alguns países ainda não começaram a imunizar suas populações, entre eles, o Brasil. “Se essa nova cepa chega no Brasil, isso já nos preocupa significativamente ainda mais porque já estamos perto das festas de final de ano”, alerta o virologista.

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