Uma parceria entre cientistas da Universidade de Nanjing, na China, do Laboratório Biológico MDI e do Instituto Buck de Pesquisa em Envelhecimento, ambos nos Estados Unidos, identificou caminhos que podem prolongar a expectativa de vida das pessoas em até 500%.
As pesquisas foram realizadas com o C. elegans, um verme bastante utilizado como modelo em pesquisas sobre envelhecimento por compartilhar vários genes com os humanos. Outro motivo que influenciou a escolha do C. elegans foi sua curta expectativa de vida – em torno de três a quatro semanas. De acordo com os cientistas, o curto tempo proporciona uma rápida identificação dos efeitos das intervenções genéticas e ambientais na longevidade dos vermes pelos cientistas.
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Em análises realizadas anteriormente, os cientistas já haviam descoberto que a alteração das vias da insulina desses vermes causava um aumento de 100% na vida útil e de 30% na proteína TOR. Assim, os cientistas esperavam que, com os testes realizados, o aumento fosse de 130%. Mas para a surpresa de todos, as modificações genéticas causaram um aumento de 500%. Equiparado aos seres humanos, a descoberta representa uma expectativa de vida de 400 a 500 anos.
“Apesar da descoberta de vias celulares que governam o envelhecimento em C. elegans, não tinha ficado claro como essas vias interagiam. Ao ajudar a caracterizar essas interações, nossos cientistas estão abrindo caminho para as terapias necessárias para aumentar a expectativa de vida de uma população que envelhece rapidamente”, declarou o presidente do Laboratório MDI, Hermann Haller.
Com a descoberta dessa interação sinérgica, os cientistas agora tentam descobrir se a combinação de várias terapias antienvelhecimento poderá aumentar ainda mais a eficiência dos tratamentos que serão desenvolvidos. Para eles, cada uma das terapias afetará um caminho celular diferente, da mesma forma que acontece hoje em tratamentos contra HIV e câncer.
"Nossas descobertas demonstram que nada na natureza existe no vácuo. Para desenvolver os tratamentos antienvelhecimento mais eficazes, precisamos olhar para as redes de longevidade e não para caminhos individuais"
Essa mesma interação sinérgica também pode ser a resposta que explica por que os cientistas que nunca conseguiram identificar um único gene responsável pela longevidade.
O representante do MDI Jarod A. Rollins informou que, com a descoberta, uma mais um deixou de ser dois. Para os cientistas, neste novo processo, um mais um é igual a cinco. “Nossas descobertas demonstram que nada na natureza existe no vácuo. Para desenvolver os tratamentos antienvelhecimento mais eficazes, precisamos olhar para as redes de longevidade e não para caminhos individuais”, disse.