Você já deve ter ouvido dizer que o cérebro é um músculo. Não é. Mas, assim como outras partes do corpo, é preciso mantê-lo em atividade para que funcione melhor. Por isso, exercitá-lo é determinante na cognição e na memória.

Esse, no entanto, é apenas um dos fatores. Há outros que podem influenciar a memória. A seguir, o neurocientista Walter Córdoba; o professor Renato Leça, coordenador das disciplinas de Medicina Integrativa e de Nutrologia com Prática Ortomolecular da Faculdade de Medicina do ABC; e a neuropsicóloga Jocylaine de Carvalho, da operadora de saúde Clinipam, explicam o que fazer para conservar e lembrar informações.

10 dicas para ter uma boa memória

Participar de jogos e atividades de lazer

Jogar xadrez, resolver palavras cruzadas, memorizar a letra de uma música, cantar, pintar, desenhar e fazer tarefas de artesanato ampliam a neuroplastia cerebral, segundo o neurocientista Walter Córdoba. Exercitar o cérebro, investindo em atividades como essas, fortalece a memória.

Fazer repetições

Pense em uma sequência com letras e números. Ao longo do dia, repita-a mentalmente. Aumente-a continuamente, acrescentado outros caracteres a essa combinação. “As sequências alfanuméricas estão associadas ao pensamento cognitivo e auditivo. Repeti-las e incrementá-las é uma técnica muito eficaz”, afirma Córdoba.

Comer bem

A alimentação influencia a saúde do cérebro e, consequentemente, a memória. Por isso, a orientação de Córdoba é evitar industrializados, que contenham gorduras, açúcar e sódio. No lugar deles, vale investir em alimentos ricos em ômega-3, vitamina E, ácido fólico, peixe, frutas, verduras, legumes, grãos integrais, gorduras boas (não saturadas) e uma taça de vinho por dia.


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A essa lista, o coordenador das disciplinas de Medicina Integrativa e de Nutrologia com Prática Ortomolecular da Faculdade de Medicina do ABC, Renato Leça, inclui outros: espinafre, brócolis, abacate e azeite de oliva. Chocolate amargo, diz ele, também influencia a capacidade de reter informações.

Ingerir ômega-3

Leça diz que estudos recentes publicados em importantes revistas cientificas internacionais apontam que os ácidos graxos ômega-3 melhoram as condições cognitivas, em especial a memória. “Todas as idades são favorecidas, mas é especialmente indicado na terceira idade, quando as condições cognitivas tendem a diminuir.”

Ele explica que “é interessante consumir diariamente de 1 a 2 gramas de ômega-3, em média, podendo essa quantidade ser aumentada dependendo do quadro”. Essa gordura é encontrada no salmão, na sardinha, no atum, nas sementes de chia e linhaça e nas nozes.

Exercitar-se

As atividades físicas são importantes, de acordo com Córdoba. “Elas melhoram a função cardiovascular, aumentam as endorfinas e o fluxo sanguíneo do cérebro, facilitam o crescimento dos neurônios e aumentam as conexões da região do hipocampo, responsável pela memória.”

Aumentar a qualidade de vida

É importante garantir o bem-estar, dosando atividades e reservando espaço para o relaxamento. “É certo que o estresse obstrui o funcionamento geral do cérebro. Dessa forma, a memória e a retenção de informações também vão ser afetadas, já que a segregação de cortisol diminui o funcionamento do sistema em geral”, explica Córdoba.

Fortalecer amizades

memória

Créditos: Monkey Business Images / shutterstock

Córdoba sugere cultivar o bom-humor, as relações pessoais e os vínculos sociais, além de aprimorar a inteligência emocional, porque aumentam a qualidade de vida. E colocar “em nossa agenda ao menos uma vez por semana atividades divertidas”.

Para a neuropsicóloga Jocylaine de Carvalho, da operadora de saúde Clinipam, a convivência com amigos e familiares ajuda a criar laços, pensar em argumentos, desenvolver a linha de raciocínio e descobrir coisas novas.

Desafiar-se 

Um dos segredos para deixar a memória afiada é desafiar o cérebro. Em vez de fazer as atividades do dia a dia da mesma forma, a dica é encontrar maneiras diferentes de realizá-las, segundo a neuropsicóloga. Ir ao trabalho por outro caminho, escovar os dentes com a outra mão e trocar a posição dos talheres nas refeições ajudam a fazer o cérebro sair do automático, por meio de novos estímulos.

Ir ao médico

A neuropsicóloga recomenda fazer acompanhamento regular de saúde. A análise cardiológica, nesse contexto, é indicada, já que o coração bombeia o sangue para o corpo todo, inclusive para o cérebro.

Entender seu estilo de pensamento

Córdoba conta que a programação neurolinguística mostra três estilos de pensamento: visual (em imagens), auditivo (em sons) e cenestésico (sensações corporais e sentido de olfato e paladar). “Dependendo da preferência de estilo de pensamento de cada pessoa, é bom associar conceitos abstratos a imagens, sons ou sensações ou uma mistura desses três”, ensina.

“Já viu pessoas que, para memorizar uma lição, precisam ler e andar de um lado para outro? Isso é porque a pessoa está desenvolvendo uma estratégia de memória cenestésica”, afirma o neurocientista. Há quem tenha mais facilidade de memorização ao gravar e ouvir várias vezes o conteúdo ou ainda ao fazer imagens mentais para reter a informação. O importante é entender seu perfil e recorrer ao que mais funciona para você.

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