Um dos temperos mais utilizados, o sal também é um dos principais agentes causadores de alguns problemas de saúde. Por isso, em todo o mundo sempre há campanhas de conscientização de consumi-lo com moderação. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ideal é que a ingestão de sódio por dia não ultrapasse 2g (uma colher de café rasa). No Brasil, a média é mais do que o dobro: 4,7g/dia.

“O paladar do brasileiro já é tendencioso para comidas mais salgadas. Só que, com o tempo, os prejuízos do grande consumo de sódio são diagnosticados, como pressão alta e problemas renais, que afetam, principalmente, os idosos”, explica Milena Maffei Volpini, coordenadora de nutrição da Cora Residencial Senior.

O estudo “Heart Disease and Stroke Statistics” (Estatísticas sobre Doenças Cardíacas e Infartos), da American Heart Association, apontou que durante os anos de 2001 e 2011, a taxa de morte por hipertensão aumentou 13,2% nos mais de 190 países pesquisados. O consumo excessivo de sal é prejudicial em qualquer idade, mas os riscos são maiores nas pessoas idosas, pois se trata da faixa etária em que há um número maior de doenças clínicas. Segundo a OMS, a hipertensão arterial atinge 30% da população adulta brasileira. Na terceira idade, este número passa para 50%.

Conscientização

De acordo com um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), pouco mais de 20% dos hipertensos controlam adequadamente a hipertensão arterial. E este controle, de acordo com Milena, não deve ser apenas com medicações, mas também a conscientização do uso adequado do sal e uma alimentação correta ajudam a amenizar os índices de pressão. “O aumento do consumo de sal na terceira idade é compreensível, já que, ao passar dos anos, perdemos a sensibilidade aos sabores. Para dar mais gosto a comida sem aumentar o sal, o ideal é usar temperos naturais.”

Na Cora, além das famílias já terem indicações médicas sobre o consumo de sal, as nutricionistas sempre acompanham as refeições oferecidas e, por meio das avaliações nutricionais que são feitas, realizam orientações nutricionais individuais de acordo com a necessidade de cada residente. Outra estratégia da Cora é não disponibilizar saleiros nas mesas, não incentivando os residentes a adicionarem mais sal nas preparações.

Existem alguns temperos que podem substituir o sal, como pimenta, orégano, noz moscada, louro, limão, gengibre, coentro, cebolinha, cominho, canela, alecrim e alho, mas é preciso ficar atento, já que alguns desses condimentos podem trazer outros problemas para saúde. “Se o idoso apresentar gastrite, por exemplo, pode haver uma irritação no trato gastrointestinal. E sempre há o risco de algum tipo de alergia. Por isso, é preciso verificar qual tipo de tempero que pode ser utilizado em cada refeição”, alerta Milena.

Dicas da nutricionista

Nem sempre é fácil diminuir o consumo de sal no dia a dia, mas há algumas dicas que podemos seguir:

  • Nunca deixar o saleiro na mesa;
  • Utilizar temperos naturais e ervas secas e frescas para temperar;
  • Fazer sal de ervas;
  • Evitar produtos enlatados e embutidos;
  • Preferir o consumo de queijos brancos aos amarelos.

Bouquet garni (conjunto de ervas aromáticas para temperar pratos e molhos)

Opções de ingredientes

1 folha de alho-poró;

1 folha de louro;

1 ramo de alecrim;

1 ramo de tomilho;

5 ramos de salsinha.

Modo de preparo

Enrole a folha de alho-poró ao redor do louro, do alecrim, do tomilho e dos ramos de salsinha. Amarre com um barbante culinário, formando um bouquet, e acrescente em sua preparação. Após o término do cozimento, retire o bouquet.

Sal de ervas

 Ingredientes

10g de alecrim;

25g de manjericão;

15g de orégano;

10g de salsinha;

100g de sal marinho.

Modo de preparo

Bata os ingredientes no liquidificador. Guarde em um pote de vidro bem fechado. Utilize no lugar do sal comum.

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