Um estudo realizado por um grupo de cientistas da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo em parceria com o Instituto Butantan alertou para um novo surto de chikungunya que deverá ocorrer no Brasil ao longo dos próximos dois anos.

As informações foram apresentadas pelo presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Maurício Lacerda Nogueira, durante o programa de televisão Ciência Aberta, produzido pela Fapesp e pela Folha de S.Paulo e exibido em junho deste ano pela TV Brasil.

“Nós vivemos com o zika a tempestade perfeita. Nós vamos ainda, aqui no Sudeste, viver a tempestade perfeita do chikungunya, e não tem absolutamente nada que a gente possa fazer pra evitar. A gente pode mitigar, mas a epidemia de chikungunya vai acontecer, talvez no ano que vem, talvez no outro, mas ela vai”, declarou Nogueira.

Assista ao programa completo no Youtube.

Os cientistas estimam que o máximo de ocorrência da chikungunya ainda está por vir. A pesquisadora Margareth Capurro, do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e coordenadora do Projeto Aedes Transgênico (PAT), concorda com o estudo. Ela explica que há anos os brasileiros convivem com o Aedes aegypti e a dengue nas cidades. O que mudou nos últimos anos foi a entrada de dois novos vírus, segundo ela, trazidos, não por mosquitos, mas por humanos infectados: zika e chikungunya. De acordo com a cientista, como nenhum humano havia tido contato anteriormente com esses vírus, a situação se tornou favorável para um pico da doença e sua diminuição logo em seguida. A questão é que o pico da chikungunya ainda não ocorreu no país, o que deverá acontecer nos próximos anos.

No surto anterior, a região mais atingida no país foi a Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo. Agora, os pesquisadores acreditam que o Nordeste e toda a faixa litorânea do país poderão sofrer com a nova epidemia. Setenta e cinco milhões de pessoas vivem nessas regiões e deverão ser as mais afetadas.

Leia também

Dengue, Zika e Chikungunya: você conhece as diferenças entre elas?

Alerta vermelho para a febre amarela

Compartilhe com seus amigos