Uma denúncia realizada pelo jornal The Washington Post de que a gigante farmacêutica Pfizer, desde 2015, esconde um medicamento que poderia tratar milhões de pessoas no mundo com Alzheimer gerou uma grande discussão no mercado.

De acordo com a reportagem, publicada na edição da última quarta-feira (5), a multinacional descobriu que um de seus anti-inflamatórios, o Enbrel, produzia efeitos no cérebro capazes de tratar o Alzheimer e retardar em até 65% as chances de desenvolver a doença.

Ainda segundo a denúncia, a Pfizer desistiu de levar a descoberta adiante quando identificou que seria necessário um investimento de aproximadamente 80 milhões de dólares em pesquisas que comprovassem e aumentassem a eficácia do uso do medicamento em casos de Alzheimer.

Outra questão que impediu que os estudos fossem adiante foi que a fórmula do Enbrel não está mais protegida pela exclusividade da patente, o que aumentaria a concorrência dos genéricos. Frente a tudo isso, a operação foi considerada de baixa lucratividade.


Tenha acesso aos melhores conteúdos informativos. Clique aqui e faça parte do grupo de Whatsapp do Instituto de Longevidade!


Após a denúncia, o laboratório soltou um comunicado por meio de sua assessoria afirmando que a decisão de interromper as pesquisas com o Enbrel foi baseado “em questões meramente científicas”.

Em entrevista ao The Washington Post, a professora de ética clínica e biomédica da Escola de Medicina Brighton & Sussex, em Londres, Bobbie Farsides, comentou o caso. Para Bobbie, “ao adquirir o conhecimento e se negar a divulgá-lo àqueles que poderiam ser beneficiados por seus efeitos [a Pfizer] prejudica as milhões de pessoas, impedindo que elas pudessem ter um melhor tratamento para os seus casos”.

Segundo a Associação Internacional de Alzheimer, o número de pessoas com a doença no mundo é de 30 milhões, devendo chegar a 75 milhões em 2030 e a 132 milhões em 2050. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), 55 mil novos casos de demência são registrados todos os anos. Atualmente, 1,2 milhão de pessoas apresentam o problema. Em 2050, mais de seis milhões de pessoas deverão apresentar algum tipo de demência.

Compartilhe com seus amigos