A perna incha? Os pés formigam? As mãos ficam dormentes? As veias parecem mais azuis ou salientes do que de costume? O peito dói? Se você respondeu sim a qualquer uma dessas questões, é melhor ficar atento: elas podem estar relacionadas a problemas no aparelho circulatório – veias, artérias e sistema linfático –, responsável pelo bombeamento do sangue pelo corpo. 

Desprezar esses sintomas é correr riscos: eles podem estar ligados a diversas doenças graves, sinaliza a médica Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. “Essa má circulação pode ser extremamente perigosa, porque há riscos de desenvolvimento de insuficiência arterial periférica, infartos do miocárdio e acidente vascular cerebral [AVC]”, alerta. 


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A cirurgiã vascular e angiologista explica que as doenças circulatórias podem ser divididas em três grupos: as venosas, em que estão incluídas as varizes; as arteriais, do qual faz parte o AVC; e as linfáticas, que abrangem problemas como a erisipela, uma doença infecciosa na pele. E que cada um deles tem sintomas e tratamentos diferentes. 

Sistema venoso 

Aqui estão as doenças relacionadas às veias, que levam o sangue de volta para o coração, como varizes e trombose. Boa parte delas dá sinal – inchaço e cansaço nas pernas, mudança na coloração e no contorno das veias (como as bolotinhas ou as que ficam mais escuras), surgimento de vasinhos nas pernas, sensação de queimação. 

No caso de varizes, por exemplo, um exame clínico é o primeiro passo para avaliar se é algo superficial ou profundo ou se é necessária a realização de exame de doppler (tipo de ultrassonografia). O tratamento, afirma, pode envolver meia de compressão, medicação e drenagem, além de cirurgia nos casos mais graves. 

Há, no entanto, situações mais graves – como a trombose, em que um coágulo se desprende e vai para algum lugar do corpo. “Nesse quadro, o paciente tem uma dor súbita, aguda, em geral em uma perna só. Tem que procurar um pronto-socorro, pois existe o risco de uma embolia pulmonar [que pode levar à morte]”, conta ela. 

Aline adianta que desde sempre é preciso cultivar hábitos como alimentação saudável e beber água. Além disso, complementa, é preciso que fumantes abandonem o tabagismo. As atividades físicas, principalmente aquelas que trabalham a musculatura das pernas, são importantes, destaca explica o angiologista Leonardo Almeida, diretor da clínica Inovas, no Rio de Janeiro, já que o bombeamento do sangue é feito por músculos.

Sistema arterial 

Nesse grupo, entram problemas como infarto, derrame e insuficiência arterial das pernas. No processo de envelhecimento, diz Aline, a artéria passa por um processo de calcificação e de formação de placas de colesterol – o que pode provocar obstrução e entupimento da passagem do sangue. “Dependendo de onde acontece, a pessoa vai ter um problema diferente – infarto no coração, derrame no pescoço ou na cabeça, insuficiência arterial aguda na perna.” 

Há alguns sinais do corpo, como formigamento, perda de pelos nas pernas e claudicação (dor ou fraqueza durante exercício), que podem sinalizar um possível problema. No primeiro caso, Aline assinala que é preciso fazer distinção: não se trata do formigamento posicional – que ocorre quando a pessoa pressiona o nervo devido a uma postura do corpo –, “mas algo mais permanente, geralmente associado à dor”.  

Quem tem fatores de risco, entre eles colesterol alto, diabetes, pressão alta, obesidade, histórico familiar e tabagismo, deve dar atenção antes dos 50 anos de idade. No consultório, acrescenta ela, é feito exame físico, com palpação. Se necessário, é pedido doppler de carótida, para suspeita de possibilidade de derrame, e nas pernas, para avaliar alterações. As indicações para evitar problemas são manter hábitos como alimentação saudável e exercício físico regular. 

Sistema linfático 

Aline conta que esse grupo não apresenta muito risco para pessoas com mais de 50 anos de idade, já que a maior parte das doenças acomete crianças e jovens. A maior preocupação é a erisipela, uma infecção em tecido gorduroso, que pode atacar os linfáticos da perna. “É mais comum em idosos e obesos”, sinaliza ela. 

“Parece um vermelhão na perna, um pelo encravado – um machucado que vai ficando inflamado”, considera, acrescentando que a área fica quente e vermelha. O tratamento é feito à base de antibióticos. 


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