“Com mulher de bigode, nem o diabo pode”, já dizia a minha avó. Naquele tempo, acreditava-se que as mulheres com pelos no rosto e em outras partes do corpo eram mais masculinas e bravas. E muitas fizeram jus ao dito popular, como foi o caso da rainha Carlota Joaquina, que ostentava um imponente buço e, segundo historiadores, era brava como o cão.

Mais tarde, a ciência mostrou tratar-se de puro preconceito com essas mulheres, vítimas de bullying em todas as gerações, e que o distúrbio pode ser causado por inúmeros fatores. Um deles é o Hirsutismo, uma condição médica que causa o excesso de pelos no rosto feminino, na região logo abaixo do umbigo, nos mamilos, no espaço entre os seios e na parte interna das coxas. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o Hirsutismo é decorrente de um desequilíbrio hormonal e não apresenta riscos à saúde feminina. Mas em compensação, pode trazer problemas estéticos e psicológicos às mulheres, como uma baixa na autoestima.

Outra causa dos desagradáveis pelos é o ovário policístico. A síndrome, que costuma se manifestar ainda na adolescência, é causada por um estímulo indevido da hipófise, que faz com que surjam pequenos cistos no ovário. Embora não provoque dor, a síndrome impede a ovulação e, por consequência, causa uma baixa produção de progesterona (o hormônio feminino) e um aumento na de testosterona (o hormônio masculino).

Há ainda um terceiro fator para o surgimento de pelos no rosto feminino, que é o genético. Repare: se sua mãe, sua avó e suas tias já sofreram com o problema, então você certamente passará pelo mesmo revés. Mulheres com ascendência portuguesa e da região do Mediterrâneo, do Oriente Médio e Sul da Ásia também apresentam uma maior predisposição ao surgimento de pelos masculinos pelo corpo.

A primeira faz tchan, a segunda faz tchun e... tchantchantchantchan!

A solução mais rápida procurada pelas mulheres é a lâmina de barbear. Contudo, é a menos eficaz. Com o tempo, os pelos tendem a ficar mais grossos e a voltar com uma maior frequência. A depilação com cera ou com linha também é uma possibilidade que, além de provocar mais dor, exigirá certa periodicidade. (Sim, nós sabemos que é duro ser mulher!)

E embora a depilação trate apenas o efeito, e não a causa do problema, se a opção for essa, as terapias mais indicadas são a depilação a laser e a eletrólise.

Em caso de hirsutismo ou da síndrome do ovário policístico, a mulher precisa se consultar com um especialista para que ele possa, após uma entrevista detalhada com a paciente e alguns exames, iniciar o tratamento mais adequado. Geralmente, os médicos aptos a conduzir o tratamento são dermatologistas, endócrinos ou clínicos geral.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, na maioria dos casos, o tratamento é tópico, com uso de cremes que inibem os hormônios de crescimento dos pelos nas regiões afetadas. Mas dependendo do grau do problema, o especialista pode acrescentar o uso de medicamentos, como anticoncepcionais hormonais e anti-andrógenos.

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