Começo minha coluna deste mês desejando um Feliz Ano Novo! Até porque o meu final e começo de ano foi deveras conturbado. Conflitos familiares, festa de Natal que não aconteceu, Réveillon solitário e uma viagem que não atendeu às minhas expectativas. Como uma coisa puxa a outra, até minha geladeira quebrou, é mole?
Uma pessoa como eu, conhecida por motivar pessoas tende a fazer os outros pensarem que a minha vida é sempre de festa, sorrisos e que em nenhum momento eu sinta solidão. Acreditem, eu choro e sofro como qualquer outra pessoa. Parece brincadeira, mas tem gente que acha que eu só me divirto na vida. Quem dera!
Ter um canal onde eu conto a minha vida como paciente com câncer há 11 anos e falar desse assunto com desprendimento e até bom humor não significa que eu não tenha sentimentos e sinta algumas dores normais a todas as pessoas.
Eu não sou a mulher maravilha!
Quando eu escrevo, fico imaginando quem vai ler e de que maneira vai se identificar e nesse final de ano, quando me senti tão triste, pensei quantas pessoas talvez estivessem se sentindo como eu, triste e com a obrigação de serem fortes sem estarem se sentindo assim.
Está escrito onde que a gente tem que ser forte o tempo todo? Tem alguma lei que rege esse assunto? Por favor, amigos, família e seguidores: me aceitem como eu realmente sou.
Eu não sou a mulher maravilha!
Você já se sentiu assim? Com certeza sim, principalmente se você é uma pessoa sempre feliz e saltitante como eu. Raramente somos perdoados ou entendidos quando somos aparentemente fracos.
Nas minhas palestrinhas, eu costumo dizer que todos os meus problemas acabaram depois que eu descobri o câncer, pois o que pode ser pior do que ter câncer? E é exatamente assim que eu penso e é desse jeito que eu enxergo a vida desde então, nenhum problema é tão sério assim que a gente não possa suportar, enfrentar ou resolver da melhor maneira, mas nesse caminho podem surgir dias ruins e, diferentemente do que eu costumo fazer, hoje resolvi falar disso. Desculpe decepcioná-los.
Eu não sou a mulher maravilha!!!!
Nesse momento, aliviada por ter dividido com vocês essa minha aflição, já me sentindo fortalecida, confesso que os conflitos do final e começo do ano ainda ocupam um espaço nos meus pensamentos e coração. No entanto, eu, que tenho o dom de dar a volta por cima e me intitulo uma supervivente, já estou seguindo a vida, com a certeza de que dias melhores virão. E isso eu posso assegurar: eles sempre vêm!
Ah, minha saúde vai muito bem, obrigada.
Que venha 2018!!!!!