Um dos principais desafios da geriatria é fazer com que as pessoas tenham um envelhecimento ativo e funcional, que preserve a autonomia do idoso. O risco da dependência física, mental ou financeira é justamente o que mais preocupa a maioria dos brasileiros, mais até que a morte ou a velhice, segundo pesquisa recente do Instituto Datafolha. O temor tem a ver com o envelhecimento do país. 

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, em 2050, os idosos serão 66,5 milhões de pessoas (29,3% da população). Ao mesmo tempo, a expectativa de vida aumentará e deverá passar dos atuais 75 anos para 81 anos nas próximas duas décadas.


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Na maioria das vezes, a forma como envelhecemos é consequência dos nossos hábitos. Existem doenças com componentes genéticos que não vão mudar ao longo da vida. Mas a maioria das doenças crônicas e degenerativas está relacionada aos nossos hábitos de vida. “Tudo que fazemos no dia a dia vai ter consequências na forma como a gente envelhece. Se fizermos tudo de forma preventiva, o envelhecimento vai ser mais saudável”, afirma Rodrigo César Schiocchet da Costa, geriatra da Cora Residencial Senior, a maior rede de instituições de longa permanência para idosos da América Latina.

Por isso, é importante, mesmo que seja a partir dos 60 anos, quando a pessoa é considerada idosa, praticar exercício físico com frequência, manter alimentação equilibrada, evitar o fumo e o consumo de álcool, ter uma vida social ativa, controlar o estresse e a ansiedade e fazer acompanhamento médico preventivo, para evitar e diagnosticar as doenças precocemente. “Com moderação e hábitos de vida saudáveis é possível um envelhecimento mais funcional e autônomo. E o risco de depender de cuidados externos para viver é muito menor. Caso isso ocorra, que seja no finalzinho da vida, por um curto período de tempo”, explica Costa.

Reserva de saúde

A orientação é não deixar para correr atrás do prejuízo lá na frente, quando as doenças já estão diagnosticadas. Mas o geriatra afirma que, uma vez estabelecida a enfermidade, isso não é sinônimo que a pessoa não tenha saúde. “O idoso pode ter pressão alta, diabetes, colesterol alto, ter tido um infarto e, ao mesmo tempo, pode ser saudável, desde que tenha uma rede de suporte, que esteja se sentindo ativo e funcional.”

De acordo com Costa, “ao longo da vida, se a pessoa consegue ter uma reserva funcional, caso ocorra um problema mais grave, ela terá condições de enfrentar a doença de maneira mais efetiva e ainda se manter saudável”. 

Veja a seguir os caminhos para o envelhecimento saudável

Acompanhamento médico

O controle da pressão arterial, do colesterol, do nível de glicose no sangue e do peso é importante para manter a saúde em dia, evitar e diagnosticar as doenças precocemente.

Nutrição

Uma alimentação saudável e balanceada é fator de prevenção contra, por exemplo, hipertensão arterial, diabetes mellitus e obesidade.

Atividade física

É importante ter estímulos para a prática de exercícios com frequência, seja uma caminhada leve ou uma ginástica em grupo. Algumas atividades também unem a memória ativa, o corpo saudável e a vida social, como a dança de salão.

Estímulos cognitivos

As atividades intelectuais como ler, escrever ou aprender coisas novas melhoram as conexões cerebrais. Quando aprende um novo idioma ou faz uma pesquisa na internet, por exemplo, além dos desafios, o idoso consegue uma melhora cognitiva.

 Vida social

A solidão não faz bem para a saúde. Para ter uma ideia desse problema, o Reino Unido até criou recentemente um Ministério da Solidão para combater o isolamento das pessoas, que é tratado como uma "epidemia oculta".

Cultivar amigos

Ter vínculos com outras pessoas promove mais sensação de bem-estar. Estudos já comprovaram o valor das relações na velhice. Por isso, é imprescindível manter as antigas e criar novas amizades.

Dormir bem e administrar o estresse

A pessoa que não tem uma noite de sono de qualidade pode ter estresse, irritabilidade, cansaço e sonolência. Além disso, dormir mal por muito tempo pode trazer diversos problemas de saúde, como pressão alta, ansiedade, falhas de memória e dificuldade para emagrecer.

Gerenciar risco de queda

As quedas são um dos grandes riscos para perda de funcionalidade no idoso.

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