Diabetes e hipertensão são condições geralmente associadas na medicina, já que uma pode predispor à outra. Ou seja, uma pessoa com hipertensão tem mais facilidade para adquirir diabetes e a situação contrária também é válida. Isso porque ambas têm fatores de risco e consequências em comum.

Existem dois tipos de diabetes: o tipo 1, que afeta entre 5 e 10% das pessoas nessa condição e aparece geralmente na infâncias. Nesse caso, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta, responsável por produzir insulina. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Dessa forma, a glicose fica no sangue, em vez de se transformar em energia. O tipo 2 aparece quando o organismo não produz insulina suficiente ou não consegue usar adequadamente o hormônio produzido. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2, que se manifesta mais frequentemente em adultos.

Já a hipertensão é o aumento da pressão arterial, o que exige um trabalho mais intenso do coração para bombear sangue ao corpo. Uma pressão acima de 14 por 9 já pode ser considerada alta.

Mas onde está a ligação entre as duas condições?

Quando a insulina no nosso organismo não consegue carregar o açúcar dos alimentos para abastecer as células do corpo, o pâncreas empenha-se em produzir ainda mais desse hormônio, a fim de tentar atingir tal propósito. Isso gera um quadro de hiperinsulinemia, que estimula o sistema nervoso simpático, ocasionando o aumento da pressão arterial.

Outra consequência dessa ineficiência da insulina é a maior facilidade para o acúmulo de gordura no sangue. Essa adiposidade se prende nas paredes das artérias e veias, fazendo com que o coração precise trabalhar bastante para fazer o trabalho de bombeamento. A consequência disso também colabora para o aumento da pressão arterial. Assim, podemos dizer que o que existe em comum entre as duas condições é o aumento de gordura corporal no organismo, que não necessariamente se traduz na obesidade, já que essa adiposidade pode estar concentrada nos órgãos, como no caso da gordura visceral.

Quais cuidados adotar para evitar diabetes e hipertensão?

Cuidar da alimentação

Já que a gordura acumulada no organismo é um fator ligado tanto ao surgimento quanto à consequência dos dois distúrbios, é essencial que a pessoa cuide da alimentação. Por isso, evite comidas ricas em açúcar, sódio e carboidrato simples, pois elas ajudam a acumular gordura mais rapidamente no organismo. 

Inclua no seu prato muitos vegetais, legumes, proteínas, grãos e gorduras boas (como as do abacate ou das castanhas), pois tais alimentos colaboram para a boa nutrição e a saciedade do organismo. Também tente comer em pequenas porções, aumentando a quantidade de refeições por dia, com intervalos de 3 a 4 horas entre cada refeição.

Diminuir o consumo de bebida alcoólica 

O álcool é rapidamente transformado em açúcar. Algumas vezes, o fígado consegue metabolizar parte da substância, mas a quantidade de glicose não é regularizada corretamente. Uma consequência é a queda grande de açúcar no sangue, podendo levar ao quadro de hipoglicemia e, com isso, o aumento de insulina.

O álcool, quando consumido rotineiramente, também contribui para o aumento do peso e da gordura corporal, o que, por sua vez, contribui para quadros de diabetes e hipertensão.

Parar de fumar

O tabagismo pode causar variações da pressão arterial. Além disso, a nicotina amplia o nível do colesterol ruim no organismo, o que significa mais gordura no sangue, nas veias e nas artérias. A aterosclerose é uma das consequências dessa relação, podendo levar ao infarto e à morte. O cigarro também aumenta a resistência ao hormônio insulina, que se torna ainda mais ineficiente para combater a quantidade de glicose presente no sangue.

Cuidar da parte emocional

O estresse está associado ao aumento do nível de cortisol no sangue, que colabora para o aumento da quantidade de gordura no organismo e, consequentemente, predispõe aos quadros de diabetes e hipertensão.

Além disso, muitas pessoas tentam compensar a tristeza comendo. Procuramos satisfação em alimentos que, geralmente, colaboram para a obesidade, como álcool, açúcar e frituras. Caso perceba que sua saúde mental não anda bem, procure profissionais que possam ajudar nesse quesito, como psicólogos e psiquiatras.

Diminuir o ritmo de trabalho

Na vida, precisamos de equilíbrio. O ritmo acelerado, de não ter hora para terminar o trabalho, não ter rotina para dormir, nem tempo para cuidar mais de si e da saúde é um dos fatores mais frequentes na modernidade que colaboram para o desencadeamento de inúmeras condições. Estresse, obesidade, burnout, depressão, ansiedade. Tudo isso ajuda no aparecimento não só de diabetes e hipertensão, como também de outras disfunções preocupantes.

Quais riscos alguém com hipertensão e diabetes corre?

Um paciente com as duas condições deve redobrar sua atenção com relação a escolhas diárias, para evitar complicações resultantes delas. Tanto a hipertensão quanto o diabetes tendem a atingir rins, coração e olhos, facilitando o surgimento de problemas nesses órgãos. Glaucoma e pé diabético, por exemplo, são ainda mais arriscados em pessoas que lidam com as duas condições e não fazem o controle adequado da pressão arterial e da glicose no sangue. AVC e infarto também fazem parte da lista dos riscos sofridos por esses pacientes, já que há mais propensão ao acúmulo de gordura nas artérias e nas veias, dificultando, assim, a circulação sanguínea.

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