Dieta low carb, cetogênica, mediterrânea, do ovo, da sopa ou do tipo sanguíneo, dieta da lua, detox ou anti-inflamatória. Todos os dias, uma nova dieta surge no mercado com a mesma finalidade: fazer as pessoas emagrecerem a curto prazo. No fundo, todas seguem praticamente o mesmo princípio: comer pouco, com intervalos de tempo iguais e cortar grupos de alimentos. Mas seria mesmo este o caminho certo para perder aqueles quilinhos indesejados?

A nutricionista Fernanda Marinho garante que não. Especialista em clínica funcional com foco em reeducação alimentar, ela conta que um dos erros mais comuns cometidos pelas pessoas que desejam emagrecer é realizar dietas pontuais.


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“Quando uma pessoa segue uma dieta, ela geralmente busca um objetivo a curto prazo. Querem fazer dietas para eventos específicos como para o carnaval, para o Ano Novo ou para uma festa. E com isso, as pessoas criam pequenas metas e não modificam seus hábitos”, explica a nutricionista.

Reticente, ela conta que são poucos os pacientes que chegam ao seu consultório com o objetivo de cuidar da saúde e mudar seus hábitos alimentares. “Querem pela estética, mas não pensam na saúde. No decorrer do acompanhamento, observamos que o peso é só a consequência de uma série de carências e excessos”, observa a especialista. “As pessoas não mudam seus hábitos para terem qualidade de vida e envelhecerem de forma mais saudável. Hoje em dia, o grande problema são as doenças adquiridas por má alimentação que refletem de dentro pra fora. As pessoas estão com 40 anos e com cara de 70, isso não é normal”, alerta.

80% das pessoas reencontram o peso perdido

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, concluíram que 80% das pessoas que emagrecem com uma dieta recuperam o peso em até cinco anos. Os motivos são muitos, e vão desde a perda da identidade após um processo agudo de transformação e a sabotagem do parceiro, por ciúme ou despeito, até a falta de um acompanhamento correto nos meses ou anos seguintes.

Fernanda acrescenta que a maioria das pessoas que seguem uma dieta costumam sofrer um efeito conhecido como restrição-compulsão. “Elas ficam por um período de tempo se restringindo de várias coisas, passando muitas vezes fome, com vontade de comer alguma coisa e não podem por questão de dieta restritiva. E aí quando conseguem perder aquele peso que desejavam, voltam a comer tudo aquilo que era proibido e acabam ganhando o dobro de peso”.

Dietas deixam de funcionar com a idade

Também é mais que sabido que, com o passar dos anos, o organismo sofre algumas alterações naturais, geralmente devido a doenças que tivemos ao longo da vida, ao estilo de vida que vivemos e ao próprio avanço da idade. 

Até os 30 anos de idade, a produção de colágeno no corpo humano é de 100%. Após essa idade, ela começa a cair gradativamente, causando o envelhecimento da pele e de alguns órgãos. As células também passam por um processo de envelhecimento, o que leva a uma redução do metabolismo e, consequentemente, a uma maior dificuldade de perder peso.

De acordo com Fernanda, o que se pode fazer é postergar essa fase, melhorando o potencial antioxidante do organismo. E como conseguir isso? “Com a realização de atividades físicas e com uma alimentação saudável, principalmente”, responde a especialista.

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A dificuldade é ainda maior nos casos de pessoas que tiveram uma vida inteiramente sedentária e que nunca se preocuparam com a alimentação, realizando apenas algumas dietas pontuais com objetivos a curto prazo.

“Seu organismo vai se acostumando com aquele estilo de vida. E quanto mais tarde você decidir mudar de atitude e adotar hábitos saudáveis, mais difícil será para o seu organismo reagir”, comenta Fernanda. O ideal, segundo ela, é manter um peso saudável ao longo da vida, para chegar na idade adulta e na velhice sem grandes problemas.

A pedido do portal do Instituto de Longevidade, a nutricionista Fernanda Marinho separou os seis principais fatores que levam as pessoas a recuperarem os quilinhos indesejados logo após uma dieta. Veja quais são e tente aboli-los da sua vida, de uma vez por todas.

6 razões pelas quais você recupera facilmente os quilos que perdeu

1. Dietas restritivas

Muitas pessoas optam por realizar dietas restritivas, que geralmente causam o efeito restrição-compulsão. Após um longo período de restrição a algum alimento vem a compulsão por ele. De acordo com a nutricionista, é aí que as pessoas colocam tudo a perder e recuperam o peso perdido.

2. Onde está o nutricionista?

Pior do que realizar dietas restritivas é fazer isso sem o acompanhamento de um profissional qualificado. Por consequência, as pessoas podem sofrer com o desequilíbrio de alguns nutrientes no organismo, o que pode causar problemas como queda de cabelo e fraqueza muscular. “As pessoas focam só nas calorias e esquecem da qualidade do alimento que estão consumindo”, destaca Fernanda.

3. Declarar guerra aos carboidratos

De acordo com a nutricionista, as pessoas se tornaram carbofóbicas e comumente associam dietas à restrição de carboidratos. “Temos que comer carboidratos, seja ele um tubérculo ou oriundo de frutas e cereais integrais, e não um carboidrato da pizza, da farinha branca, do açúcar refinado e dos doces”, orienta Fernanda. Para ela, as pessoas precisam prestar atenção é na qualidade e na quantidade do carboidrato, que deve ser ajustada de acordo com as necessidades de cada pessoa. “A dieta que serve para um indivíduo não é a mesma para o outro. Cada um tem uma individualidade bioquímica, e isso precisa ser respeitado”, garante a nutricionista.

4. Consumir produtos diet, light e adoçantes

Fernanda alerta que esses produtos podem ser extremamente prejudiciais à saúde. “O nosso sistema nervoso central não entende o que é açúcar e o que é adoçante. Ele só entende o sabor doce. Quando a gente ingere um produto com adoçante, o organismo começa a liberar insulina, sendo que essa insulina não encontra glicose para captar”. O resultado disso, a longo prazo, é que o organismo desenvolve uma resistência à insulina periférica.

5. Substituir alimentos saudáveis por industrializados

As pessoas deixam de priorizar os alimentos naturais, como frutas, legumes e verduras, e partem para o uso de medicamentos e produtos industrializados cheios de corantes e conservantes. Fernanda ressalta que esses produtos são altamente alergênicos e promovem disbiose intestinal, desencadeando vários outros problemas de saúde.

Dietas

Crédito: Lecic / Shutterstock

6. Muita dieta e poucas atitudes saudáveis

“As pessoas precisam esquecer o termo dieta e adotar o termo hábito alimentar. Por mais que eu mude aos poucos e não drasticamente, essa mudança deve ser definitiva, porque isso fará bem ao organismo. Querendo ou não, a longo prazo, você verá seu corpo mudando de forma definitiva, e não com efeito sanfona”, garante Fernanda.

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