Nem tudo que a gente gosta é ilegal, é imoral ou engorda. Contrariando a famosa canção do rei Roberto Carlos, o café, uma unanimidade nacional, tem sido cada vez mais relacionado a benefícios para a saúde.

Décadas atrás, seu alto consumo estava associado à mortalidade. Levou tempo até ficar claro que não era culpa dele, mas, sim, do seu fiel escudeiro: o cigarro. Quem toma muito café tem mais chance de ser fumante.


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Quando os novos estudos controlaram esse fator, o resultado foi que o consumo de três a cinco xícaras de café por dia estava associado a uma redução da mortalidade em torno de 15% a 25%. Não é pouca coisa!

Essas pesquisas envolvem dezenas de milhares de indivíduos acompanhados durante algumas décadas e têm resultados semelhantes e consistentes, o que é muito importante no âmbito da ciência.

As doenças que apresentaram uma proteção do café mais robusta foram as cardiovasculares, as pulmonares, as neurológicas (demências e Parkinson), o diabetes, a depressão e o suicídio. Já a relação com câncer foi neutra.

Algumas perguntas logo vêm à mente. Qual é a melhor dose de café? O ponto ótimo parece ser entre três e cinco xícaras por dia, mas há algum benefício até mesmo com uma xícara por dia. Mais que cinco xícaras não traz ganhos além dos já atingidos com doses moderadas.

E o café descafeinado? Parece ser quase tão bom quanto o cafeinado. Açúcar ou adoçante? São menos estudos avaliando isso, mas não houve prejuízo aos efeitos do café.

Aqui vai a minha opinião pessoal: o ideal seria tomar o café com cafeína e sem açúcar ou adoçante, mas, se você tiver insônia ou ansiedade, pode ir para o descafeinado sem problemas, que a maior parte dos benefícios estão garantidos. E, se para o seu gosto o café só desce com açúcar ou adoçante, tudo bem, só convém não exagerar.

Mas saiba que o café, seja do jeito que for, é legal, moral, social, não engorda e é seu amigo para viver mais!

DIOGO LARA, 44 anos, psiquiatra, Ph.D e pesquisador em comportamento da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), é idealizador do site de autoterapia Código da Mente, autor de mais de 130 artigos científicos e de “Temperamento Forte e Bipolaridade” (ed. Saraiva).

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