Como viver bem e feliz depois dos 60 anos? E chegar lá ativo, confiante e saudável? Para responder a essas e outras perguntas, os psicólogos Fernanda Gouveia e Fernando Seacero reuniram mais de 200 atividades gratuitas em vários pontos da cidade de São Paulo, de quarta (14) a domingo (18), na segunda edição da Virada da Maturidade.

São apresentações, atividades físicas, aulas abertas, avaliações médicas, filmes e palestras, muitas com um diferencial: serão conduzidas por idosos, ressaltando experiências e conhecimentos. “A ideia é demonstrar que o envelhecimento precisa ser discutido pela sociedade”, diz Fernanda, “e que isso pode ser feito de uma maneira positiva”.

Mario Sanches Alves, 81 anos, será um oficineiro. No sábado à tarde, ele vai abrir espaço em sua concorrida agenda – que inclui canto, musculação, natação e vôlei, além de passeios e viagens – para compartilhar a técnica de confeccionar mandalas com linhas, que aprendeu há três anos no SESC Belenzinho. Será no Koru Centro-Dia, na Chácara Klabin.

Novato como professor, o administrador aposentado há 25 anos conta que treinou como assistente em um curso de mandala de chakra com palitos de fósforo que ele fez, por curiosidade, recentemente. Mas diz que tem experiência e de sobra: já fez mais de 250 peças. “Presenteei amigos e vendi algumas, ganhei um dinheirinho com elas.”

Além de mostrar a sabedoria da terceira idade, ações de saúde, sucesso na primeira edição, foram ampliadas e acontecem no metrô Clínicas e Brás. Nesta última estação, o MuBE vai utilizar a arte-terapia, na quinta-feira (15), das 10h às 13h, para conscientizar os idosos sobre a importância da higiene bucal, retratando-os, sorrindo, no quadro “Monalisa”.

Outra novidade são atividades na área de empreendedorismo e discussões sobre direitos e cidadania, afirma Fernanda. “Esses dois eixos foram introduzidos para abarcar justamente a inserção do idoso na sociedade.” Para interessados em saber sobre novas alternativas de trabalho para os 50+, há a mesa sobre economia criativa e colaborativa organizada pela Angatu e pelo Maturijobs, na quinta-feira (15) de manhã, no Google Campus, no Paraíso.

Participante de oficina da primeira edição da Virada da Maturidade; crédito: divulgação. Participante de oficina da primeira edição da Virada da Maturidade; crédito: divulgação.

Se a ideia é adquirir conhecimentos, muitas universidades estarão, literalmente, de portas abertas. Na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), cada um dos 12 professores do programa de pós-graduação em Gerontologia Social prepararam uma atividade especialmente para a Virada da Maturidade.

Em destaque, as rodas de conversa “Que Família Precisamos na Velhice”, com a psicóloga Ruth Costa Lopes, na quinta-feira (15), às 8h; e “Memórias e Memórias”, que reúne, às 16h, as antropólogas Elisabeth Frohlich Mercadante e Maria Helena Villas Bôas Concone e a linguista Flamínia Manzano Moreira Lodovici.

E a mesa redonda sobre Cidadania e Direito dos Idosos, organizada pelo professor titular de Direito Constitucional Luiz Alberto David Araújo, que trará Cintia Rejane Moller Araújo, doutora em Política Conselhista, e Fernanda Herbella, doutora em Direito e delegada titular na Delegacia de Congonhas, na sexta-feira (16), às 8h.

Na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP-Leste), na sexta-feira (16), a partir das 14h, haverá uma dinâmica em que idosos contarão suas histórias, seguida por uma apresentação de dança – polca, valsa, marcha, choro, quadrilha, country e dance – e por uma intergeracional.

Mario Sanches Alves vai ensinar a fazer mandalas com linha; crédito: Arquivo Pessoal. Mario Sanches Alves vai ensinar a fazer mandalas com linha; crédito: Arquivo Pessoal.

Na Unibes, na quarta (14), às 11h, o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon traz Bradley Schurman, consultor sênior da AARP International, para debater “Os Impactos Sociais e Econômicos da Longevidade”. A contextualização para a realidade brasileira será feita por Henrique Noya, diretor-executivo do instituto.

E, na sexta (16), tem a oficina "A Máquina de Fazer Velhos: a Literatura como Objeto de Reflexão sobre o Envelhecer". A dinâmica, explica a jornalista e mestranda em gerontologia Maria Antônia Demasi, 52 anos, acontecerá a partir da leitura de trechos de "A Máquina de Fazer Espanhóis”, de Valter Hugo Mãe, que nasceu de sua dissertação de mestrado.

Em sua primeira edição, a Virada da Maturidade teve um total de 145 atividades, realizadas em 19 locais, e contou com um público de aproximadamente 10 mil pessoas. Neste ano, a expectativa é que o evento reúna cerca de 20 mil participantes.

A programação completa pode ser acessada no site ou no Facebook da Virada da Maturidade. O evento termina domingo com uma caminhada na avenida Paulista, saindo às 10h30 do parque Trianon, e um show com a banda cover ABBA, grupo sueco de música pop rock dos anos 80, às 15h30.

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