É fato: após os 50 anos de idade, há mudanças na vida sexual. E isso vale tanto para homens quanto para mulheres. “Por isso, quando o indivíduo não tem informações e orientação profissional adequadas, o impacto físico e/ou emocional é grande”, destaca a psicóloga e sexóloga Carolina Mendonça.

Ela explica que, no homem, a “resposta eretiva é mais lenta”. Na mulher, destaca, a lubrificação vaginal é menor e também mais lenta. “Enquanto, na jovem, ocorre de 15 a 30 segundos após estímulo sexual efetivo, na mulher com mais de 50 anos ocorre entre de 1 a 5 minutos”, exemplifica.

Outras alterações ainda podem ocorrer, como atrofia da região labial e contrações orgásmicas diminuídas. As queixas são diferentes entre os gêneros, mas que se concentram especialmente em resposta, desejo e fisiologia sexual, segundo ela.

“Infelizmente, por conta das mudanças fisiológicas e físicas, ainda existem muitos tabus e preconceito”, diz. Mas, independentemente das reclamações, é possível, sim, ter uma vida sexual saudável nessa etapa da vida.

Para aprimorá-la, a especialista cita sete mudanças de atitude:

1. Desenvolver outra percepção do corpo: “Vivemos numa cultura que, lastimavelmente, cultua a beleza física em padrões surreais para a maioria da população mundial. A ditadura da beleza e o culto ao corpo são responsáveis em grande parte por esses estigmas, uma vez que o corpo do adulto maduro expressa as marcas do tempo”.

2. Estimular a mente: “Embora o desejo sexual seja diminuído pela ação ou falta de ação dos hormônios sexuais femininos e masculinos, o maior órgão sexual é a mente humana”.

3. Buscar ajuda: tanto homens como mulheres, sentindo a necessidade, devem procurar orientação médica. Um especialista pode detectar se a condição está relacionada a medicamentos ou enfermidades, por exemplo.

4. Conhecer o próprio corpo: é preciso saber como ele é, como funciona e que sensações produz, seja por meio do toque, seja em conversa com amigos.

5. Conhecer o corpo do outro: usar todos os sentidos e pesquisar são formas de saber como e onde a outra pessoa sente mais prazer. Isso tem influência na vida sexual de ambos.

6. Procurar o diálogo: dizer o que sente, o que mais agrada e o que causa desconforto pode ser mais fácil do que aceitar tudo sem falar nada.

7. Investir no respeito mútuo: descobrir juntos as zonas erógenas e os estimulantes do desejo sempre em sintonia um com o outro, entendendo tempos e limites diferentes de cada um.

E a especialista finaliza: “É de grande importância salientar que nascemos com nossa sexualidade e morreremos com nossa sexualidade. Enquanto estivermos vivos, seremos seres sexuais”.

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