Outubro é o mês do idoso. Tecnicamente já me enquadro nesta denominação. Aprendi que, em geral, as pessoas não gostam de serem tachadas de idosas, não é o meu caso. Uso sem qualquer constrangimento todas as benesses da lei do idoso, apesar de mentalmente me sentir muito mais jovem do que sou biologicamente.

Usar estas “vantagens” tem a ver com meu jeito de ser. Eu me divirto tirando onda de idoso. Gosto muito de brincar, costumo rir imensamente de mim mesmo, dos meus defeitos, das minhas gafes, das minhas idiossincrasias.

A experiência Foto: Mauricio Simonetti (1985)

Por isso, acho que cheguei aos 61 com o sentimento de ter vivido todas as fases da vida intensamente; de não ter arrependimentos significativos; de estar conseguindo acompanhar com equilíbrio estes tempos de cólera; de ter redirecionado a vida algumas vezes; de poder acompanhar as enormes mudanças tecnológicas e de costumes sem sustos; de ter condições para continuar sonhando; de conseguir que a roda da generosidade não pare na minha vez; de ver o amor crescer; de ter filhos maravilhosos; de não temer a finitude. Acho que tudo isso me traz imenso bem estar, apesar de alguns problemas crônicos de saúde.

Prefiro sempre a leveza. Não carrego os fardos da idade nem o peso do passado. Por isso, escolhi para título deste texto uma frase do poeta e escritor mineiro, Pedro Nava. Assim vou levando a vida!

Tá bom, também acho que 60+ é uma trave muito baixa, mas desfrutar estes privilégios em um país que oferece tão pouco amparo aos seus idosos não deixa de ser afirmação de cidadania.

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