“Grita dentro de mim uma voz a repetir incessantemente que podemos ser melhores e fazer muito mais pelas pessoas! (anônimo)

Charles Darwin e sua teoria da evolução das espécies salientou a passagem do Cro Magno ou homo-sapiens para o atual estágio da evolução. Depois de séculos de aprimoramento, atingimos o que poderíamos chamar de zênite da evolução humana. E hoje reinamos orgulhosos sobre as demais espécies da terra. O ser humano, tal como o conhecemos, está em constante evolução tecnológica. Nos últimos 50 anos então o salto foi incrível. O que se julgava como ficção, em velhos filmes, e não tão velhos, hoje é realidade. A mente humana nunca se aprimorou tanto. Orgulhosos de nós mesmos?

Não, em alguma parte da evolução o ser humano esqueceu-se de SER humano. Barbarizamo-nos, voltamos à idade das trevas. E para quem crê em Deus, estamos sob o domínio da besta, tais são as barbaridades que o homem pratica contra seus semelhantes. Quando a evolução ainda estava em andamento, apesar da sobrevivência do mais forte, havia certa tolerância com mulheres e crianças. As coisas aconteciam mais por instinto de preservação, do que por uma maldade inerente à raça humana. Matava-se para comer, ou para se defender.

Hoje, com a tecnologia, vemos dia após dia cenas de violência adentrando em nossa casa, através da telinha mágica. Gestos de educação são desprezados, gestos de civilidade idem. Condenaram-se homens, somente por serem menos afortunados (que, aliás, foi devido ao próprio homem), ou ter uma pele escura ou por sua religiosidade. E pasmem, em nome do Deus venerado, matam-se homens, mulheres e crianças inocentes. Pior, fazem questão de mostrarem a decapitação de prisioneiros, para amedrontarem os demais. Para não demonstrar, os que veem as barbáries, lançam ofensivas, bombardeando cidades, hospitais, residências. Então se olha com pesar corpos de crianças sendo carregados de dentro das ruinas.

Estamos muito perto de conseguir o extermínio total. Na verdade, caminhamos sobre o fio da navalha. De um lado a possibilidade, ainda que remota, de perceber o perigo eminente e retrocedermos; e do outro, um buraco negro que nos sugará para a exterminação total.

O Brasil é um exemplo dessa degeneração. Os homens e mulheres honestos trancam-se em suas casas ou se arriscam diariamente a serem assaltados, violentados ou mortos. Não há mais um local que se possa dizer seguro. Nos rincões do Brasil, em uma cidadezinha humilde, existe uma agência de um banco qualquer. No calar da noite um estrondo acorda toda a cidade. Os caixas do citado banco foram literalmente dinamitados. As estradas são as roletas russas do asfalto. Não adianta os avisos, as multas, a propaganda mostrando os riscos. Elas ceifam vidas de culpados e, infelizmente, de inocentes que tiveram o azar de cruzar com aquele.

O mundo está em guerra. Na África as guerras tribais, na Europa com seus terroristas, no oriente com guerras fratricidas, na Rússia apoiando rebeldes, no continente americano do norte com os franco-atiradores, e nas américas central e do sul, com cartéis, favelas, presídios superlotados, tráfico. Pobre raça humana, que vê nos animais um exemplo de solidariedade e amor, que não mais existe no convívio dos homens.

Não posso, nesta crônica, deixar de falar nos assassinos de colarinho branco brasileiros. O país inteiro se ressente de uma onda maciça de corrupção, desenfreada, nos quatro cantos ou, se preferirem, do Oiapoque ao Chuí. Esses assassinatos em massa ocorrem quando o desvio de verbas públicas é tão grande que não se consegue repassar para hospitais, segurança, educação. E por essas falhas, doentes deixam de ser socorridos a tempo, ficam sem medicamentos e morrem sem socorro do governo eleito. Milhares morrem assim todos os anos. Desassistidos por um governo que foi nominado para cuidar deste povo, para distribuir verbas equanimemente, para criar hospitais, escolas, aparelhar a polícia, visto que os bandidos têm melhor armamento que os que colocam a vida em risco para salvar a população. Pobre Brasil, tão altaneiro a ver morrer os filhos desta terra, que um dia foi chamada de mãe gentil.

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