Até os 39 anos, Neusa de Oliveira Paioli era dona de casa e se dedicava às duas filhas, então com 7 e 10 anos. Foi quando houve um baque: a morte do marido e a necessidade de trabalhar para conseguir criar as meninas.

“Fiquei viúva cedo, foi complicado, mas não tive muito tempo para me lamentar. Minha mãe veio morar com a gente, fizemos uma série de adaptações, e eu fui ajudar a cuidar da lotérica que meu marido tinha em sociedade com o irmão. Em pouco tempo, criamos nossa nova rotina”, conta ela.

A nova rotina envolvia acompanhar o desenvolvimento das filhas, além dos desafios do trabalho. “Felizmente sempre pude contar com o apoio da minha mãe. Tenho a sorte de ter uma família maravilhosa, que sempre me socorre. Naquela época eram muitas cobranças, tanto por parte das crianças quanto do trabalho, e a gente tem de dar conta de tudo.”

A lotérica da família acabou fechando, e Neusa foi atuar no comércio. “Eu era muito ativa”, lembra. “Trabalhei em muitas lojas, fui gerente da Gregory no shopping Paulista, depois fui para outra, no Lar Center, atuei com moda praia e, por fim, com bolsas e calçados de couro. É para essa marca que trabalho até hoje, como representante comercial.”

“Como já tenho 71 anos, se acontecer [ter netos], vou pular logo para a fase de bisavó!”

A relação com as filhas sempre foi boa e ficou mais intensa. “Somos três leoninas, brigamos, mas logo fica tudo resolvido.”

Vinda de uma família numerosa, com seis irmãos, Neusa, 71 anos, diz que não teve a oportunidade de fazer uma faculdade, mas que conseguiu dar a chance às suas meninas: a mais velha se formou em psicologia e a mais nova, em publicidade e propaganda.

Dedicar-se às filhas e às três cachorrinhas sempre foi sua maior preocupação. Ultimamente, com a primogênita adoentada, tem ficado afastada de sua casa e do trabalho, mas conta que não vê a hora que tudo se resolva e possa voltar a pensar nas bolsas de couro.

Sobre o futuro, brinca com o fato de não ter netos: “Como já tenho 71 anos, se acontecer, vou pular logo para a fase de bisavó!”

“Sabe o que eu sempre quis, mas nunca tive? É até bobinho, mas é um colar de pérolas”

Ela trabalha com comércio, mas tem um hobby: fotografia. Diz que é a retratista oficial das festas dos parentes, aquela que sempre é convidada a dar os cliques em qualquer reunião. “Hoje todo mundo tem celular que tira foto, mas não tem jeito. É a mim que pedem para fotografar e mandar as imagens depois”, afirma, rindo.

De fotógrafa a fotografada: coube a ela ser uma das modelos da campanha de lançamento do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. “Adorei fazer as fotos, lidar com a equipe jovem e animada. Me fez bem. Ainda não vi os cartazes, mas muitos conhecidos viram e me mandaram fotos, esse reconhecimento é muito bacana.”

Para este domingo, Dia das Mães, seu pedido é cheio de classe. “Ah, sabe o que eu sempre quis, mas nunca tive? É até bobinho, mas é um colar de pérolas. Daqueles de verdade, sabe? Já quase comprei um falsificado, mas era feio demais…”

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