De acordo com o dicionário Michaelis, mascote é “qualquer pessoa, coisa ou animal a que se confere a capacidade de atrair a sorte”. Embora muito usado erroneamente no masculino, o substantivo é feminino e também pode significar um “objeto ou animal muito estimado por uma pessoa ou por um grupo de pessoas”.

Há alguns anos, a prática é adotada em Mundiais de Futebol para divulgar e representar, de forma divertida, as informações sobre o evento. O evento mundial foi um dos pioneiros na prática, sendo seguido pelas Olimpíadas em 1972, em Munique, na Alemanha.

O primeiro país a adotar uma mascote para o mundial de futebol foi a Inglaterra, ao sediar o torneio em 1966. Concebido pelo artista plástico Reg Hoye, o leão Willie fez o maior sucesso entre os torcedores. Símbolo do Reino Unido, o leão ainda vestia uma camisa com as cores do país, como forma de reforçar o sentimento de patriotismo. A mascote trouxe tanta sorte que na final disputada entre Alemanha e os donos da casa, os ingleses levaram a melhor, com o placar de 4x2. Ponto para Willie!

Mascotes da Copa Mascote da Copa 66

No ano seguinte, o país a sediar o torneio foi o México, que também optou por ter uma mascote. Mas, ao contrário do país anterior, o anfitrião apresentou ao público uma figura humana: o Juanito Maravilha. O garotinho que vestia uniforme com as cores da seleção mexicana e um tradicional sombrero fez mais sucesso que seu antecessor. O motivo era simples: aquela foi a primeira Copa mundialmente televisionada. Também foi a primeira a dotar o cartão vermelho como forma de punição. Graças a Juanito, naquele ano ninguém foi expulso de campo. Mas a sorte foi apenas na ausência de punições, porque quem levou a taça pra casa foram os brasileiros, com o famoso time de 70, considerado por muitos como a melhor de todas as seleções.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 70

Em 1974, a Alemanha abriu as portas de casa para receber o torneio. Seguindo o modelo de seu antecessor, também utilizou de uma figura humana. Mas para garantir a sorte, apresentou uma dupla de mascotes: o Tip e o Tap, dois garotos felizes representando as Alemanhas Oriental e Ocidental que, apesar de separadas por um muro, participavam juntas da competição. E não é que a dupla deu sorte mesmo? A Alemanha foi a grande campeã da Copa contra a rival Holanda, com um placar de 2x1.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 74

A Argentina sediou a Copa seguinte e também escolheu um garotinho como mascote de seu torneio. Desenhado por Néstor Córdoba, o Gauchito fez um grande sucesso entre as crianças, mas foi alvo de críticas do público adulto por sua semelhança com a mascote mexicana. Mas embora criticado, o “Playmobil dos Pampas”, como acabou ficando conhecido, também trouxe sorte ao seu país. Final de jogo: Argentina 3 x Holanda 1.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 78

A Copa da Espanha, em 1982, trouxe uma figura bastante inovadora como mascote: uma laranja! Obra dos artistas espanhois María Dolores Salto e José Maria Martín Pacheco, o Naranjito foi uma das mais populares mascotes de Copas, chegando a ganhar um programa de TV para transmitir e debater os jogos da competição: o Fútbol em Acción. Mas apesar de toda pompa, a sorte final ficou com os italianos, que levaram a taça para casa. O placar: Itália 3 x Alemanha Ocidental 1.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 82

Em 1986, o México volta a sediar a competição, e resolve seguir a linha da Espanha e usar uma comida típica para representar o país. Inspirado na pimenta chilli jalapeño, o Pique (derivação da palavra “picante”) também trazia o tradicional sombrero na cabeça, mas usava vermelho e branco em seu uniforme. O corpo da mascote era verde, o que servia para completar as cores da bandeira mexicana. Mas ainda não foi daquela vez que a mascote trouxe sorte à seleção anfitriã, e a Argentina novamente levou a melhor na final contra a Alemanha Ocidental com o placar de 3x2.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 86

No torneio seguinte, foi a vez da Itália receber as seleções de todo o mundo com sua mascote “Ciau” feita com peças de lego. Na cabeça, uma bola de futebol. No corpo, as cores da bandeira italiana (verde, vermelha e branca). Naquele ano, a Itália não foi pra final. A disputa foi entre Argentina e Alemanha Ocidental, que levou o título por 1x0.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 90

O Tio Sam sediou a Copa de 94, ano do tetracampeonato brasileiro. A mascote era o Striker, um cãozinho sorridente usando o uniforme da seleção americana. A escolha do animal de estimação mais comum no país foi uma tentativa de atrair mais adeptos ao esporte, pouco popular entre os americanos. Mas a ideia não colou, e milhares de bonequinhos ficaram encalhados nas prateleiras das lojas.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 94

O galo Footix foi a mascote francesa no Mundial de 1998. Um dos mais marcantes símbolos nacionais, o galo criado por Fabrice Pialot tinha no corpo as cores da bandeira francesa (azul, vermelha e branca) e seu nome era proveniente da mistura de “futebol” com “Asterix”, um dos mais famosos personagens franceses. Tanto nacionalismo não poderia levar a outro resultado: na final, França 3 x Brasil 0.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 98

O tão sonhado pentacampeonato só veio na Copa seguinte, disputada na Coreia do Sul e Japão, em 2002. Único campeonato da história com sede dividida entre dois países, o Mundial inovou também na escolha de sua mascote: três criaturas futurísticas com os nomes Kaz, Ato e Nik. O público não aprovou a ideia das três mascotes, que em nada remetiam aos seus países de origem.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 2002

Em 2006, a Alemanha repetiu a escolha da Inglaterra quarenta anos depois e trouxe um leão como mascote. O nome Goleo VI vinha da junção de “gol” com “leão”. Transformado em um bichinho de pelúcia, a mascote também não agradou ao público conservador por não usar calças, muito embora seja considerada por muitos como a mascote preferida de todos os tempos. Na final disputada entre França e Itália, a Itália venceu nos pênaltis por 5x3.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 2006

Na competição seguinte foi a vez da África do Sul sediar o Mundial. E, fugindo um pouco do leão usado por duas vezes, os africanos trouxeram o leopardo Zakumi como mascote. Desenhada pelo artista sul-africano Andries Odenhaal, Zakumi representava a adolescente democracia daquele país. O título foi para a Espanha, que venceu a Holanda por 1x0.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 2010

Enfim, a Copa voltou a acontecer em terras brasileiras, sessenta e quatro anos depois. Em 2014, o Brasil escolheu a figura do tatu-bola, típico animal da fauna brasileira ameaçado de extinção, para ser a mascote dos jogos. O nome foi escolhido por votação na internet: Fuleco, uma junção das palavras “futebol” e “ecologia”. Logo apelidada de “Fuleiro”, a mascote não fez sucesso entre os torcedores, nem trouxe sorte à seleção brasileira, eliminada na semifinal por 7x1 pela carrasca Alemanha.

Mascotes da Copa Mascote da Copa 2014

Para este ano, a Rússia traz o lobo siberiano Zabivaka como mascote. Eleito em seleção aberta por mais de um milhão de russos, o lobo, cujo nome significa “aquele que marca o gol” em russo, foi criado pela estudante de design Ekaterina Bocharova. Por enquanto, Zabivaka tem trazido muita sorte à seleção russa, que já está com o pé nas oitavas de final.

Mascote da Copa Mascote da Copa 2018

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