Com origem no inglês “folklore”, ou simplesmente “folk”, termo que se refere à sabedoria popular, a palavra Folclore expressa um conjunto de tradições e manifestações de um povo que agrupa lendas, mitos, provérbios, danças, festas e costumes passados de pai para filho através do tempo. Coisa da antiga, como costumavam dizer nossas avós.

No sentido figurado, a palavra é usada para ilustrar uma mentira ou invenção, designando algo fantasioso, que não condiz com a verdade ou que nunca aconteceu. E de certa forma, também no sentido literal, já que muitas dessas manifestações são fruto do imaginário popular, principalmente das regiões interioranas do país. Outras surgiram a partir de histórias que foram sofrendo alterações à medida em que eram contadas de geração para geração.

Mas foi só em 1985, durante um congresso realizado em Salvador (BA), que o termo Folclore passou oficialmente a ser sinônimo de cultura popular, “por conta de toda uma dinâmica da questão da linguística, que ganhou uma conotação pejorativa ao longo do tempo”. Quem explica é a antropóloga com especialização em cultura popular brasileira Maria de Cáscia do Nascimento Frade.


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“É a cultura que tem um lastro histórico, referências de cultos e procedimentos antigos, mas que não se atém, não fica um prisioneiro, não tem amarras com esse passado, que se atualiza, que se ajusta e vai ganhando contemporaneidade”, destaca a especialista.

Professora aposentada pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Maria de Cáscia conta que folclore é a soma de uma série de fatores e acaba por conferir um perfil identitário que nos permite dizer de onde vem a nossa cultura. “O que nos dá a sensação de pertencimento e explica como a sociedade se organizou com o passar do tempo. É nesse sentido que essa questão da cultura popular vai se configurar como elemento que confere essa identidade. São especificidades, detalhes de uma trajetória histórica na constituição de uma sociedade”, afirma.

Para passar ensinamentos, trazer lições de vida ou assustar curiosos e bisbilhoteiros, as lendas do folclore brasileiro sempre tiveram um propósito maior. Maria de Cáscia garante que há sempre uma razão para essas questões, uma ideia de preservação da natureza, de defesa dos animais, da fauna e da flora.

“É uma maneira de ter esse controle, de fazer as pessoas entenderem a importância desses elementos na natureza, da qual nós fazemos parte, então criam essas histórias, esses personagens e mitos. Têm uma função prática e utilizam uma linguagem que eu diria ser bastante didática, de colocar e ressaltar certos valores na sociedade”, dispara a professora.

"Se não tem uma função na sociedade, vai desaparecer. Mas se permanece, é porque tem sentido, tem a ver com a constituição daquele povo, daquela sociedade, daquela nação."

Se eram reais? Não há comprovação. De onde vieram ou qual suas origens? Mais difícil ainda definir, principalmente em se tratando de Brasil, país com uma conjunção de culturas das mais variadas, de diferentes povos, tempos, nações, trajetórias e que segue se atualizando e se ajustando ao longo desse percurso histórico.

“Continua a ter sentido, continua a ter uma significação. Porque, se não tem uma função na sociedade, vai desaparecer. Mas se permanece, é porque tem sentido, tem a ver com a constituição daquele povo, daquela sociedade, daquela nação. Então falar em origem é uma coisa muito complicada, em termos de Brasil sobretudo”, garante Maria de Cáscia.

E para conhecer um pouco mais sobre cada um dos principais personagens do folclore brasileiro, mergulhamos na obra do maior folclorista brasileiro, o potiguar Luis da Câmara Cascudo. Historiador, antropólogo, advogado e jornalista, Câmara Cascudo é autor do Dicionário do Folclore Brasileiro, publicado originalmente em 1954.

Lendas do folclore brasileiro

Lenda do Saci-Pererê

Quem não conhece o menino negro de gorro vermelho, que fuma cachimbo e pula numa perna só? Brincalhão e travesso, ele surge em meio a um redemoinho assobiando alto e fino e pode desaparecer num passe de mágica. Sim, nós estamos falando do saci-pererê, uma das lendas brasileiras mais conhecidas. Ele é também chamado por vários outros nomes, como saci-cererê, matimpererê, matita perê, saci-saçurá e saci-trique, todos com origem tupi-guarani. Conta a lenda que perdeu a perna num jogo de capoeira e que ele é o guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso de chá, beberagens e outros medicamentos feitos a partir de plantas. Sua origem data do final do século XVIII.

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O cachimbo foi herdado da mitologia africana. Já o gorro vermelho, que lhe concede poderes mágicos, tem influência europeia. Historiadores acreditam que o gorro foi copiado do lendário Trasgo, um ser folclórico do norte de Portugal, da região de Trás-os-Montes, já que as personalidades são muito semelhantes. Ambos seres encantados, rebeldes, de pequena estatura, que usam gorros vermelhos e adoram pregar peças nos outros.

Outra referência vem da mitologia romana, da personagem Petrônio, do livro Satiricon, que também utilizava um gorro vermelho que lhe concedia poderes mágicos.

Lenda do Curupira

FolcloreO nome também vem do tupi-guarani e significa “corpo de menino”. É representado por um menino, ou anão, de cabelos vermelhos e pés virados para trás. Assim como o Saci, o Curupira é protetor das plantas e dos bichos da floresta e possui um assobio fino. Os pés virados são uma artimanha para confundir os caçadores.

O especialista em tupi antigo Eduardo Navarro dá outra versão para o nome. De acordo com ele, Curupira vem da contração de kuruba, que significa sarna ou verruga, e de pira, que significa pele. Ele defende que a tradução exata de seu nome seria “pele de sarna” ou “pele de verrugas”.

O relato mais antigo sobre o lendário personagem está nos escritos do padre José de Anchieta, e datam de 1560. Escreveu o jesuíta: “É coisa sabida e pela boca de todos corre que há certos demônios, chamam Curupira, que acontece aos índios muitas vezes no mato, dão-lhe açoites, machucam-nos e matam-nos. São testemunhos disso os nossos irmãos, que viram algumas vezes os mortos por eles. Por isso, costumam os índios deixar em certo caminho, que por ásperas brenhas vai ter ao interior das terras, no cume da mais alta montanha, quando por cá passam, penas de aves, abanadores, flechas e outras coisas semelhantes, como uma espécie de oferenda, rogando fervorosamente aos Curupiras que não lhes façam mal”.

Câmara Cascudo observa, no Dicionário do Folclore Brasileiro, que não há registro, em toda literatura, escrita ou oral, de outro fantasma brasileiro colonial que tenha determinado alguma oferenda propiciatória.

Ainda de acordo com o folclorista, o personagem, com o passar dos anos, também foi recebendo atributos de outros entes ameaçadores e perdidos na antiguidade clássica. Os pés inversos, por exemplo, são citados pelo escritor romano Aulo Gélio (séc. II d.C.) em Noites Áticas. Também se lê característica semelhante nos escritos do jesuíta espanhol Cristóbal de Acuña sobre os Mutaiús, e do jesuíta português Simão de Vasconcelos sobre os Matuiús, um povo indígena vivendo ao redor do rio Amazonas que tinha os pés virados para trás e deixava um rastro mentiroso na areia.

Lenda da Mula sem Cabeça

Diz a brincadeira popular que a pessoa que chega em último lugar numa corrida é mulher do padre. No folclore brasileiro, a coisa é um pouco mais séria. Por maldição, a mulher que se relaciona com um vigário é transformada em mula sem cabeça, que solta fogo pelo pescoço e assusta pessoas e animais. A maldição acontece desde o sol de quinta-feira até o nascer do sol de sexta-feira.

A figura varia bastante de região para região do Brasil. Câmara Cascudo pontua: “Dizem-na sem cabeça, mas os relinchos são inevitáveis”. A imagem também pode aparecer com cabeça, soltando fogo pelos olhos, narinas e orelhas.

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Para reverter a maldição, basta que alguém de coragem lhe arranque, da cabeça, o freio de ferro. Câmara Cascudo escreve ainda que “quando o freio lhe for retirado, reaparecerá despida, chorando arrependida, e não retomará a forma encantada enquanto o descobridor residir na mesma freguesia”. Em outras regiões do Brasil, para quebrar o encanto é preciso ferir a mula com a ponta de um alfinete ou estaca de madeira, sendo necessário que apenas uma gota de sangue lhe escorra do ferimento.

O escritor e folclorista Gustavo Barroso relaciona a origem do mito ao uso privativo das mulas como animais de condução de padres e demais autoridades da igreja.

Lenda do Lobisomem

A lenda do Lobisomem retrata um monstro violento, meio humano, meio lobo, que se alimenta do sangue de suas vítimas. Em algumas regiões, acredita-se que, quando uma mulher tem sete filhas seguidas e o oitavo filho nasce um menino, esse último certamente será um Lobisomem. Em outras, a sétima criança em uma sequência de filhos do mesmo sexo se transformará em lobisomem. Ou ainda que a maldição recaia sobre as crianças não batizadas.

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A lenda tem origem da mitologia grega. Na obra “As Metamorfoses”, de Ovídio, Licaão, o rei da Arcádia, serviu a carne de Árcade a Zeus. Como castigo, Zeus transforma Licaão em um lobo. Um dos personagens mais famosos foi o pugilista arcádio Damarco Parrásio, herói olímpico, que assumiu a forma de lobo nove anos após um sacrifício a Zeus Liceu.

Lenda do Boitatá

Os nomes são muitos, e variam de região para região. No Sul, é chamado de baitatá, batatá e boitatá. Na Bahia, biatatá. Em Minas Gerais, simplesmente bata. No Nordeste, é mais conhecido como batatão. Já nos estados de Sergipe e Alagoas, é chamado Jean de la foice ou Jean Delafosse. Mas de todos os nomes, boitatá é o mais popular, e provém da substituição do Mboi (em tupi) pelo vocábulo português Boves (boi). O termo significa "cobra de fogo", sendo representado por uma grande serpente incandescente que protege os animais e as matas.

A personagem também aparece nos escritos de José de Anchieta. "Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados baetatá, que quer dizer cousa de fogo, o que é o mesmo como se se dissesse o que é todo de fogo. Não se vê outra cousa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza”.

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Sobre a lenda, também se encontra referência na obra “O Selvagem” (1876), de Couto de Magalhães: “Mboitatá é o gênio que protege os campos contra aqueles que os incendeiam”. Blaise Cendrars, em Anthologie Negre (Antologia Negra, em livre tradução), traz a lenda de Bingo. O deus Nzamé casou-se com Mboia, uma moça muito bonita, e dessa união nasceu Bingo, o herói. Tempos depois, Bingo tirou uns peixes de Nzamé que, revoltado, atirou Bingo em um abismo. Mboia nunca mais parou de procurar o filho pelas florestas sob forma luminosa e sonora. Câmara Cascudo observa que não há vestígios desse mito no Brasil, mas a semelhança semântica impressiona muito.

Lenda do Boto

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Conhecido como “boto”, “boto-rosa” e “Uauiará”, originário da região amazônica. A lenda conta que nas noites de festas juninas, o boto sai dos rios e se transforma num homem muito bonito, forte e atraente, vestido com roupa social branca e um chapéu para encobrir o rosto e esconder o nariz grande. Seu único objetivo é atrair e seduzir mulheres belas e jovens desacompanhadas, e para isso conta com seu jeito galanteador e falante, e uma grande habilidade para dançar. Ele as convence a dar um passeio pelo rio onde as engravida e depois desaparece ao amanhecer.

Por este motivo, é comum, na região amazônica, chamar de filhos do boto todas as crianças de paternidade desconhecida.

Lenda da Cuca

De origem portuguesa, a lenda da Cuca muitas vezes se confunde com a do “bicho papão”. Em algumas tradições mineiras, é chamada de Coca. Nas portuguesas, Côco, que significa cabeça humana. Muito temida pelas crianças, a Cuca é representada por velha feia e malvada com cara de jacaré que raramente dorme. Gosta de raptar crianças desobedientes e que não querem dormir. Daí a explicação para a tradicional cantiga de ninar: “Nana neném que a Cuca vem pegar”.

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Câmara Cascudo conta que a influência vem da procissão de Passos, que ocorre em Portimão (Portugal), por ocasião da Semana Santa. “Havia um indivíduo vestido com uma túnica cinzenta e coberto com um capuz, a quem chamavam Coca. A essa figura correspondia (...) o farricoco”. Ele cita ainda: “Adiante dessa soleníssima reunião era costuma, parece que até o ano de 1552, ir o pregoeiro, chamado Farricoco ou a morte, vestido de uma camisola de pano de cor preta, tendo na cabeça um capuz do mesmo pano, com dois buracos nos olhos e lhe caía sobre o peito. As crianças ficavam apavoradas ao avistar o personagem”.

Lenda do Negrinho do Pastoreio

FolcloreA lenda vem da região sul do país e conta a história de um menino escravo que pertencia a um senhor maldoso. Certa tarde, ao pastorear os cavalos, acabou por perder um cavalo baio. Como castigo, foi violentamente surrado pelo fazendeiro e atirado para a morte em um formigueiro. Conta a lenda que, na manhã seguinte, o Negrinho do Pastoreio foi visto ao lado do formigueiro, na companhia de Nossa Senhora, que lhe retirava as formigas do corpo, já sem cicatrizes. Também eram comuns relatos de pessoas que viram o negrinho a galopar num cavalo baio, ora pelos campos, ora pelas nuvens.

Canonizado pelo povo, o Negrinho do Pastoreio ajuda os aflitos que lhe oferecem preces e velas em troca de ajuda para localizar objetos perdidos.

Lenda de Iara

Iara, ou Uiara, é conhecida como a mãe d’água e sua lenda tem origem tupi. O nome Iara significa “Senhora das Águas”, representada por uma bela sereia que canta lindas canções para atrair pescadores e matá-los.

Conta a lenda que Iara, uma bela e inteligente índia, quase foi morta por seus irmãos que sentiam ciúme de suas inúmeras qualidades. Ao final, foi Iara quem os matou. Mas como punição, foi lançada para se afogar nas águas, bem no encontro dos rios Negro e Solimões. Ali, Iara se tornou uma sereia e tem como único objetivo matar os homens.

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Câmara Cascudo chama a atenção para a semelhança com as histórias de sereias europeias, alvas, louras, metade peixe, metade mulher, cantando para atrair homens apaixonados que morrem afogados tentando acompanhá-las para consumar o sexo no fundo das águas.

Lenda do Bicho-Papão

Presente no imaginário de todas as crianças brasileiras, a figura do Bicho-Papão é um monstro de aparência assustadora que aparece embaixo da cama, atrás da porta ou dentro do armário para aterrorizar as crianças malcriadas e mal-educadas. Em outra versão, o Bicho-Papão mora em cima dos telhados das casas, de onde observa o comportamento das crianças.

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Créditos: Suzanne Tucker / shutterstock

Há ainda quem diga que o mostro devora as crianças teimosas. Daí surgiu seu nome, papão, do verbo papar, que é sinônimo de comer. Mas o monstro também é conhecido por outros nomes, como papa-gente, papão, bebe papão, cuca, papa-figo, tutu, bitu, boitatá, manjaléu ou mumuca.

Não há consenso em relação à sua imagem, que muitas vezes se confunde com a da Cuca. Muitos afirmam que o monstro tem o poder se transformar em diversas formas animais.

Lenda do Tutu Marambá

“Tutu Marambá não venha mais cá, que a mãe da criança te manda matar...”

A lenda do Tutu Marambá não é tão popular quanto a de seus irmãos, o Bicho-Papão e o Boi da Cara Preta. Trata-se de uma criatura coberta por pelos negros e que não tem uma forma definida, embora na Bahia ele seja representado na forma de um porco-do-mato, devido à semelhança dos termos tutu e caititu (uma espécia de porco selvagem que serve de montaria para a Caipora). Câmara Cascudo relaciona a palavra Tutu ao termo africano quitutu, que significa “ogro” ou “papão”.

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Créditos: Jonah Wong / shutterstock

Mais conhecido nos estados da Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais, ele também tem a missão de assustar crianças malcriadas que não querem dormir. Entre algumas de suas variações, damos destaque ao Tutu-zambê, que, além de não possuir forma, também não possui cabeça.

Câmara Cascudo explica que o mito tem influências europeias e africanas.

Lenda da Caipora

FolcloreTambém chamada “Caipora do Mato”, é protetora dos animais e guardiã das florestas, onde vive nua e solta gritos e uivos assustadores toda vez que um caçador invade as matas para fazer mal a algum animal. Faz armadilhas e causa confusão para que se percam pelo caminho.

Diz a lenda que a Caipora domina todos os animais e é até capaz de ressuscitá-los, e que sua força é ainda maior nos dias santos e nos fins de semana.

Dependendo da região, a Caipora pode ser representada pela imagem de uma mulher ou de um homem. A origem do nome vem do tupi-guarani (caapora), e significa habitante do mato. É representada pela imagem de uma índia anã, de cabelos vermelhos e orelhas pontudas. Em algumas versões, possui a pele verde. Em outras, sua cor é vermelha. Também aparece como um homem baixo, de pele escura e muito peludo, que anda montado num porco-do-mato e traz na mão uma vara.

Alguns estudiosos acreditam que a lenda da Caipora seja uma derivação da lenda do Curupira e que ambos sejam o mesmo personagem.

Lenda da Vitória-Régia

Essa é uma das lendas indígenas mais conhecidas do folclore brasileiro. Havia, numa tribo no norte do país, uma índia chamada Naiá. Esta era apaixonada pela Lua, a quem os índios chamavam de Jaci.

Certa noite, ao debruçar-se na margem de um rio para tentar beijar o reflexo da lua na água, Naiá caiu no rio e morreu afogada. Ao saber o que tinha acontecido com a índia, Jaci ficou bastante comovido e resolveu homenageá-la. Em vez de transformar Naiá em uma estrela, como costumava fazer com todas as índias que namorava, Jaci a transforma em uma planta aquática, a vitória-régia, que é conhecida como a estrela das águas e se tornou símbolo da Amazônia.

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