“Oh! que saudade que tenho da aurora da minha vida

De minha infância querida que os anos não trazem mais...”

(Casimiro de Abreu)

Enfim chegou o Dia da Saudade, dedicado às lembranças mais nostálgicas e ao mesmo tempo suaves, à infinita vontade de voltar a ver ou ter algo ou alguém que ficou no passado. Muito embora comemorado somente no dia 30 de janeiro, é sabido que a saudade pode ser sentida todos os dias.

"Na solidão na penumbra do amanhecer via você na noite, nas estrelas, nos planetas, nos mares, no brilho do sol e no anoitecer.

Via você no ontem, no hoje, no amanhã... Mas não via você no momento.

Que saudade..."

(Mario Quintana)

De origem latina, derivada da palavra “solitatem”, que quer dizer “solidão”, “saudade” foi considerada a 7ª palavra mais difícil de se traduzir para outros idiomas. Dizem por aí que ela é exclusiva das línguas portuguesa e galega. Contudo, um estudo mais aprofundado desmentiu essa teoria ao trazer, ao conhecimento de todos, palavras como “tesknota”, do idioma polonês, e “sehnsucht”, do alemão, ambas com significado exato de “saudade”.

Outros idiomas até tentaram traduzi-la, sem sucesso: Te extraño (castelhano) e J’ai regret (francês). No inglês, temos várias tentativas: homesickness (equivalente a saudade de casa ou do país), longing e to miss (sentir falta de uma pessoa), e nostalgia (nostalgia do passado, da infância).


"Eu amo tudo o que foi, tudo o que já não é, a dor que já não me dói, a antiga e errônea fé

O ontem que a dor deixou, o que deixou alegria, só porque foi e voou e hoje é já outro dia"

(Fernando Pessoa)

Bolo de fubá que a nossa avó fazia com o café preparado no fogão a lenha, novelas de rádio e televisão em preto e branco, as festas juninas na rua com os vizinhos e todas aquelas comidas maravilhosas, as histórias contatos por nossos avós, os sambas do Athaulfo Alves e a voz suave da estrela Dalva de Oliveira. São tantas coisas que nos provocam saudade que fica difícil elencar a principal delas. Saudade também dos velhos carnavais e das marchinhas de sucesso nas vozes das cantoras da Rádio Nacional.

“Bandeira branca amor, não posso mais

Pela saudade que me invade eu peço paz...”

(Mario Lago e Roberto Roberti)

Reza a lenda que a palavra surgiu ainda no Brasil Colônia, onde os portugueses que aqui chegaram sofriam com a falta de sua terra, seus familiares e amigos. Com o tempo, saudade foi ganhando um significado poético, usada para descrever a falta da pessoa amada e versos de poemas e canções.

Veja abaixo algumas dicas para você amenizar a dor da saudade:

  1. Recordar o fato com alegria;
  2. Respeitar a dor do próximo;
  3. Viver o seu período de luto;
  4. Não se isolar; procurar os amigos;
  5. Conversar sobre a saudade;
  6. Evitar levar o problema para o vício;
  7. Dar um sentido à saudade.

O mundo mudou, evoluiu. Hoje vivemos a era do imediatismo, das coisas efêmeras, dos bens, dos sentimentos e das relações não duráveis. A saudade que as pessoas sentem hoje é bem diferente da saudade que sentíamos no passado, quando as horas passavam mais arrastadas e havia tempo para viver cada coisa a seu tempo. Para tudo havia uma hora.

A modernidade também foi responsável pelo desaparecimento de algumas saudosas profissões, como telefonista, despertador humano, leiteiro, acendedor de poste e pianista de cinema. Com o tempo, ficaram para trás bandas de música, programas de televisão, telenovelas, revistas, doces, jogos e brincadeiras.

E você, do que sente saudade? Deixe seu comentário abaixo!

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