Sua escrita diz muito sobre você. É o que garantem os especialistas em grafologia, técnica utilizada para analisar a personalidade das pessoas através da forma como escrevem. De acordo com os especialistas no tema – os chamados grafólogos –, deixamos traços inconscientes da nossa personalidade ao escrevermos. Isso acontece porque a mente, ao comandar os músculos da mão, esconde mensagens em traços e contornos de letras e palavras. Experiências vividas, traumas, conquistas, comportamento e crenças... tudo pode ser decifrado a partir do registro que você deixa no papel.

“Quem escreve é o cérebro”, explica a grafóloga Luciana Boschi, fundadora do Instituto Dom Graphein. De acordo com ela, a mão apenas responde aos impulsos enviados pelo cérebro. “Quando a gente começa a escrever, em geral, a gente começa sob domínio do consciente. Aliás, toda atividade que a gente faça, a gente está sempre sob domínio do consciente, sempre mais preparado, mais armado, preocupado com o olhar externo, com as pessoas que estão em volta. À medida que a gente vai se envolvendo com o conteúdo, com a tarefa, o nosso consciente vai relaxando e o inconsciente vai entrando em ação”, detalha.

O surgimento da grafologia

Os primeiros autores da grafologia surgiram na Itália e seus escritos datam do começo do século 17. Na França, a grafologia se destacou somente no século 19. De lá pra cá, aos poucos a técnica foi ganhando relevância, e hoje já é usada em entrevistas de emprego e no tratamento de distúrbios psicológicos, mesmo sem comprovação científica.

“Entendo que a grafologia não seja uma ciência, mas um estudo da personalidade que foi evoluindo ao longo do tempo”, explica Luciana. Ela conta que a técnica é respeitada em diversos países como Argentina, França e Espanha. “Nos Estados Unidos, o FBI usa a grafologia como uma ferramenta de investigação. Mas no Brasil ela ainda é pouco difundida”, lamenta.

Grafologia. Foto: Pukhov K/shutterstock

Mas de onde vem a grafologia? “Vem de Jesus”, garante Luciana. “O homem sempre precisou se comunicar. Se comunicava através de símbolos, fazendo riscos nas pedras. Aí os estudiosos, pensadores, filósofos... começaram a fazer associações entre os traços nas pedras e os traços de comportamento”. De acordo com a grafóloga, traços inclinados para a direita dizem respeito a pessoas com mais iniciativa, mais tendência ao contato. Já os traços inclinados para a esquerda falam de pessoas mais defensivas, desconfiadas. Traços grandes são associados a pessoas mais comunicativas e sociáveis, enquanto traços menores se associam a pessoas mais introspectivas, observadoras e detalhistas.

Os usos da grafologia

A técnica pode ser usada com inúmeras finalidades. Em hospitais, é usada por médicos para identificar algumas doenças e também o uso de drogas e álcool. Em escolas, profissionais de educação fazem uso das técnicas de grafologia para identificar dificuldades de aprendizado e problemas de relacionamento.

Luciana conta que faz uso da grafologia para recrutamento, seleção e orientação vocacional. “Eu sou perita, então também uso a grafologia para identificação de falsificações de documentos e assinaturas”, acrescenta Luciana, garantindo ser possível descobrir diversas informações a respeito de uma pessoa.

A grafia muda com a idade; e agora?

Com o passar dos anos, as mãos ficam trêmulas e fracas e a escrita sofre alterações naturais que poderiam interferir no resultado da grafologia. Certo? Errado. Luciana garante que não é bem assim.

“À medida que os anos passam, a escrita evolui porque a gente evolui. Se a gente for olhar nossa escrita de dez anos atrás, ela era diferente porque nós éramos pessoas diferentes. Daqui a dez anos, seremos pessoas diferentes”, afirma.


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Para a grafóloga, é importante diferenciar traços circunstanciais, que refletem uma questão momentânea, daqueles que dizem respeito à personalidade e vão nos acompanhar por toda a vida toda.

“Quando envelhecemos, nossa escrita fica mais frouxa porque perdemos a firmeza do traço. Mas nossa personalidade geralmente permanece a mesma”, esclarece.

Veja abaixo alguns detalhes que são observados pela grafologia para decifrar personalidade:

Veja o que a grafologia revela sobre você

Quanto ao tamanho da letra

Letras pequenas, médias ou grandes podem indicar extroversão ou timidez. De acordo com os grafólogos, uma grafia pequena indica uma pessoa tímida, modesta e bastante cautelosa. Os que possuem uma grafia de tamanho médio são equilibrados e organizados. Já os que escrevem com letras grandes são extrovertidos, impulsivos e até um pouco arrogantes.

Quanto às zonas gráficas

Ao escrever um texto, algumas pessoas tendem a puxar as letras para cima, com traços longos em direção ao topo do papel; outras, para baixo; e ainda há que puxe em ambas as direções. No primeiro caso, teremos alguém idealista, com imaginação fértil e uma forte religiosidade. No segundo caso, teremos um prático, expressivo e cheio de vigor. No terceiro, a soma das duas características identifica uma personalidade controlada, acomodada e imediatista.

Quanto à direção

Este quesito tem relação com o ânimo da pessoa. Quem escreve na direção ascendente, partindo da linha do caderno em direção à linha superior, é otimista, eufórico e exaltado. Se você escreve seguindo a linha do caderno, então você é uma pessoa convencional, calma e controlada. Mas se as frases costumam ir em direção ao final da folha, cruzando as linhas que insistem em permanecer retas no papel, você provavelmente possui uma personalidade melancólica, pessimista e deprimida.

Quanto à ligação

Letras mais juntas ou espaçadas também dizem muito sobre seus escritores. De acordo com a grafologia, pessoas que escrevem com as letras ligadas são lógicas, racionais e se destacam na matemática. Já aquelas que ligam as palavras são dinâmicas e extremamente racionais. Mas se as letras são separadas, mesmo dentro de uma mesma palavra, teremos aí pessoas tímidas, intuitivas e introvertidas.

Quando à inclinação

Letras inclinadas para a esquerda = pessoas inibidas e subjetivas; escrita reta = pessoas educadas e racionais; letras inclinadas para a direita = otimistas e sociáveis.

Quanto à forma

Este quesito diz muito sobre como as pessoas lidam com as pressões e exigências da sociedade. Uma grafia artificial espelha pessoas narcisistas, falsas e um tanto exibicionistas. Uma grafia retocada demonstra uma personalidade perfeccionista e detalhista. Mas se você possui uma “caligrafia”, do latim, “bela escrita” (cali = bela / grafia = escrita), então você é uma pessoa tradicional, discreta e cheia de regras.

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