Fobia é um termo que se tornou sinônimo de aversão, repulsa e pânico em relação a algo. Mas é também o nome dado a vários tipos de medos patológicos. Alguns são bem comuns, como claustrofobia, relacionado a espaços fechados e geralmente pequenos, e aracnofobia, associado a aranhas.

O repertório médico, no entanto, vai muito além. "A palavra é usada de diversas formas, mas ela se refere a situações perturbadoras, que geram ansiedade relacionada a um medo", resume Daiane Daumichen, psicóloga especializada em ansiedade, eventos pós-traumáticos, família e adolescentes. De acordo com ela, para ser diagnosticado como fobia, o quadro deve persistir por mais de seis meses, podendo durar uma vida toda.

Há aquelas que se desenvolvem logo cedo, em crianças bem pequenas, mas também existem as que surgem na adolescência ou mesmo em idades mais avançadas. "É irracional, com muita emoção envolvida, pois o indivíduo fica incapaz de pensar e conseguir decodificar o medo. Não segue, necessariamente, uma lógica", diz a especialista.

É fato, porém, que cada pessoa enfrenta uma situação de maneira diferente, já que crenças internas também podem influenciar na geração de pavores e medos. Segundo a psicóloga, não se pode precisar a causa, apesar de haver estudos que associam esses quadros a fatores genéticos. Em boa parte dos casos, entretanto, o problema pode ser desenvolvido a partir de um choque.

"Por vezes, quando vivenciamos um trauma uma única vez ou presenciamos algo que gera forte medo, isso impacta negativamente nosso emocional. Essa informação cria em nosso sistema nervoso um aprendizado, uma rede de associações, que gera uma memória", pontua Roberto Debski, médico especialista em homeopatia e acupuntura, psicólogo, coach e facilitador em Constelações Familiares Sistêmicas.

Para acessar essa memória, basta que um gatilho seja disparado. Pode ser uma lembrança ou uma menção ao assunto que gerou a fobia. "Ao entrar em contato com o objeto ou a situação fóbica, geralmente ocorre crise de ansiedade situacional", diz o médico.

Confira, a seguir, 10 fobias incomuns, segundo os especialistas

1. Misofobia

É o temor a germes e bactérias, ligado à hipocondria e ao medo de adoecer. Também é conhecido como germofobia ou bacteriofobia. Com ele, as pessoas lavam as mãos o tempo todo, pois não querem se contaminar.

2. Brontofobia

É a fobia a trovões. Ainda pode ser chamada de tonitrofobia, e quem sofre chega a se esconder embaixo da cama, tampar os espelhos com lençóis e entrar em pânico ao surgir uma tempestade.

Fobias

3. Carcinofobia

É o medo do câncer, que faz com que pessoas busquem exames para descartar a doença. É possível ocorrer por traumas pós-acompanhamentos de casos de neoplasia ou por tendência hipocondríaca.

4. Glossofobia

Trata-se do temor de falar em público. Entre as possíveis causas estão situações de exposição ou ridicularização na infância. Com isso, desenvolvem pavor de se expor, temendo críticas e julgamentos.

5. Equinofobia

O medo de cavalos pode ser desencadeado por alguma experiência negativa ao cavalgar ou por ter presenciado alguém sofrendo uma queda de cima do anima.

6. Filofobia

Está relacionada ao medo de se apaixonar ou de sentir qualquer sentimento ou emoção por alguém, impedindo que a pessoa ame ou desenvolva laços afetivos.

7. Triscaidecafobia

Muito além das superstições, um indivíduo que sofre desse problema revela enorme pavor em relação ao número 13, acreditando que seja amaldiçoado.

8. Podofobia

É, literalmente, o medo irracional de pés, tanto de outras pessoas como dos próprios membros inferiores. Por isso, pode levar a uma negligência em relação aos cuidados pessoais, por pavor ou nojo de tocá-los.

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9. Somnifobia

É quando a pessoa tem pânico de dormir por, ao ficar vulnerável, imaginar que algo pode acontecer a ela. Quem sofre com insônia há anos e que, muitas vezes, não dorme mesmo medicado, deve investigar essa possibilidade.

10. Tripofobia

Define o medo que alguém desenvolve por buracos pequenos ou agrupamento de muitas bolinhas, como sementes de maracujá ou de mamão juntas.

Como tratar fobias

Independentemente de qual tipo de fobia, é importante que a pessoa identifique os sintomas e assuma que uma situação ou um objeto a incomoda de forma intensa. "É fundamental procurar ajuda profissional quando as fobias começam a limitar e impactar a rotina e atividades importantes", salienta Daiane.

Segundo ela, buscar ajuda de psiquiatra e psicólogo é ideal, pois a associação de psicofármacos e psicoterapia costuma ser eficaz. Roberto observa que todas fobias, no geral, podem ser tratadas e curadas, às vezes até de forma bem rápida.

"Geralmente, terapias breves – tal como o EMDR ou Eye Movement Desensitization and Reprocessing [Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares], técnica desenvolvida pela psicoterapeuta americana Francine Shapiro na década de 80 –, conseguem curar uma fobia isolada em poucas sessões", informa ele.

Isso acontece, sobretudo, quando o quadro foi causado por uma experiência traumática específica. "Ao tratar a memória dessa experiência, é possível dessensibilizá-la e transformá-la, integrando-a a outras memórias temporais saudáveis, tirando o peso e a dor da experiência", finaliza.

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