Quantas vezes você viu alguém irado em tempos de eleições? Se tem acesso às redes sociais, talvez a resposta seja: “Difícil de contar”. Controlar a raiva tem sido um desafio para muita gente.

Não raro é possível encontrar ataques gratuitos, xingamentos e acusações, em discussões que se estendem por horas – ou até dias –, sem fruto algum.

“Nosso país tem bastante raiva em tempos de eleições”, reflete o médico e psicólogo Roberto Debski. “E dos dois lados”, acrescenta ele, referindo-se aos simpatizantes dos dois candidatos à Presidência da República.

É uma emoção básica, presente em todos os seres humanos, mas que tem ganhado contornos cada vez maiores. “Ela vem de expectativas frustradas, especialmente quando há muito sentimento”, diz Debski.


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Diante dela, há dois caminhos possíveis: o positivo e o negativo, segundo o médico.

No primeiro, a pessoa tem dados para fazer uma autoavaliação e corrigir o que é possível mudar, num processo contínuo de aprimoramento pessoal.

No segundo, ela segue um caminho de destruição, com agressões e violência.

Uma das consequências de seguir pelo negativo, segundo a neuropsicóloga Thaís Quaranta, é o aumento da intolerância com diferentes pontos de vista. Isso pode “acabar com amizades ou afetar o relacionamento familiar”.

A raiva constante e intensa, exemplifica ela, pode levar a pessoa a se envolver em brigas e agressões físicas.

Mas os vínculos afetivos são apenas uma das perdas. Na medicina chinesa, cada emoção básica está ligada a um órgão, de acordo com Debski, que é acupunturista. A raiva está relacionada ao fígado, que pode apresentar algum “transtorno em suas funções”.

Debaixo do tapete

Reprimir a raiva também pode fazer mal à saúde, alerta Thaís. “Ela pode se transformar em vários outros sentimentos, como culpa, remorso, rejeição, frustração e até mesmo em doenças físicas e psiquiátricas”, diz a psicóloga. 

A explicação, segundo ela, é que a raiva desperta processos fisiológicos no corpo que precisam de uma resposta final. Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial e liberação de adrenalina e de noradrenalina, hormônios que dão energia e disposição, são alguns deles.

Segundo ela, o organismo se prepara para reagir e depois voltar ao normal. Mas, se a pessoa reprime a raiva, priva o corpo de “encerrar esses processos”.

“Com o tempo, se isso for constante, é possível que essa pessoa desenvolva o estresse crônico, por exemplo”, sinaliza.

Confira, a seguir, quatro maneiras de controlar a raiva em tempos de eleições.

1. Entenda por que você sente raiva. Quando ela acontece? Em quais circunstâncias?

2. Pare antes de reagir. A emoção fora de controle pode arruinar relacionamentos e provocar mal-estar.

3. Observe suas reações. Como você se comporta? Com agressividade ou reprime a emoção?

4. Converse com alguém de confiança. Isso ajuda a entender o que aconteceu e a encontrar saídas para lidar com a raiva.

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