No próximo domingo (28), 147 milhões de brasileiros deverão votar no segundo turno das eleições presidenciais 2018. Entre os candidatos estão Jair Bolsonaro (PSL), que obteve 46,03% dos votos válidos no primeiro turno, e Fernando Haddad (PT), que ficou com 29,28%. A abstenção foi de 29,9 milhões de pessoas. Esta é a oitava eleição presidencial por meio do voto direto desde a redemocratização, no fim da década de 1980.

No dia 6 de outubro, um dia antes do primeiro turno das eleições, Ibope e Datafolha apontaram os dois candidatos no segundo turno com percentuais de votos bastante próximos do realizado. De acordo com os dois institutos de pesquisa, Bolsonaro liderava com 40% dos votos, enquanto Fernando Haddad aparecia em segundo lugar nas intenções de voto, com 25%. A margem de erro era de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

 

Pesquisas erram mais nos Estados

No entanto, erros nas previsões de alguns Estados levantaram dúvida acerca da credibilidade dos institutos de pesquisa. No Rio de Janeiro, por exemplo, os números divulgados um dia antes das eleições indicavam que o candidato Romário, do Podemos, iria para o segundo turno com 20% das intenções de voto, juntamente com Eduardo Paes, que tinha 32%. Indio da Costa e Wilson Witzel apareciam com 12%. No mesmo dia, o Datafolha mostrou Eduardo Paes com 27%; e Romário empatado com Wilson Witzel nos 17%. Com 100% dos votos apurados, Witzel foi o primeiro colocado com 3.154.771 votos válidos (41,28%). Eduardo Paes aparecia em segundo lugar com 1.494.831 votos válidos (19,56%). Tarcísio Motta (PSOL) surgiu em terceiro lugar, com 819.248 votos (10,72%).

Surpresa também aconteceu no resultado das eleições para o Senado. No Rio de Janeiro, o candidato Cesar Maia liderava todas as pesquisas de intenção de voto realizadas antes das eleições. Após a apuração, o candidato do DEM ficou em terceiro lugar, com 2.327.634 votos (16,67%). Os eleitos foram o deputado Flávio Bolsonaro, que recebeu 4.380.418 votos (31,36%), e o deputado federal Arolde de Oliveira, que obteve 2.382.265 votos (17,06%).


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Em Minas, a ex-presidente Dilma Rousseff aparecia em 1º lugar nas pesquisas de intenção de voto, mas acabou ficando em 4º na disputa. Rodrigo Pacheco (DEM) e Carlos Viana (PHS) ficaram com as duas vagas.

Não foi diferente na Terra da Garoa. Eduardo Suplicy (PT) liderava as pesquisas com 26% das intenções de voto, na frente de Mara Gabrilli do PSDB (17%) e de Mário Covas do Pode (15%), de acordo com Ibope e Datafolha. Mas o resultado foi outro: foram eleitos Major Olímpio (PSL) com 25,81% e Mara Gabrilli (PSDB) com 18,59%. Suplicy terminou a corrida em terceiro, com apenas 13,32% dos votos válidos.

 

Falhas que se repetem há anos

Os erros não são de hoje. Nas eleições presidenciais de 2014, Ibope e Datafolha mostravam Dilma Rousseff (PT) com 46% das intenções de voto, contra seu opositor Aécio Neves (PSDB) com 27%, empatado tecnicamente com Marina Silva (PSB), com 24%. Com 100% das urnas apuradas, Dilma Rousseff alcançou a reeleição com 41,5%, enquanto Aécio Neves obteve 33,5% dos votos válidos.

A diferença maior, mais uma vez, ficou por conta dos estados. Em São Paulo, o petista Padilha oscilou entre 7% e 11% durante toda a sua campanha, segundo o Datafolha. No final, chegou a 18,22%. No Rio de Janeiro, a grande surpresa foi Marcelo Crivella (PRB), que aparecia em terceiro lugar com 20%, contra Fernando Pezão, 37%, e Anthony Garotinho, 27%. Ao final, Crivella foi para o segundo turno com 20,26% contra Pezão, que teve 40,57%. Garotinho ficou em terceiro, com 19,73%.

No Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) liderava as pesquisas com 35%, seguido de Ana Amélia (PP), com 27%. Ao final, José Ivo Sartori (PMDB), apontado pelas pesquisas com apenas 20%, chegou em primeiro lugar com mais de 40% dos votos válidos.

As pesquisas Ibope e Datafolha também apresentaram resultados diferentes das urnas no Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. De acordo com a ONG Olho Neles, o Ibope errou duas em cada três pesquisas realizadas antes das eleições do primeiro turno. Com uma taxa de erro de 66,66%, o instituto errou as pesquisas em 17 estados, acertando apenas em dez.

Sem contar com o prejuízo à imagem dos institutos de pesquisa, já tão sem credibilidade e que dão margem a piadas como “hoje é dia 26 de outubro, mas considerando a margem de erro do Ibope, Feliz Natal!”, os erros causam um problema enorme a muitos eleitores, que se apoiam nos resultados das pesquisas para escolher entre o voto convicto ou o voto útil, aquele usado para descartar possibilidades apenas.

Em nota enviada à imprensa, o Ibope explicou que o objetivo das pesquisas eleitorais "não é antecipar os resultados da eleição, mas sim o de mostrar o cenário no momento em que foi realizada. A pesquisa é uma fotografia do momento e não tem o poder e nem a intenção de prever o resultado de uma eleição. Por isso, seus resultados não podem ser usados para prever o resultado das urnas".

A notícia boa é que, segundo as estatísticas, os acertos nas previsões de segundo turno são 100% precisas. Por isso, não se deixe influenciar pelas pesquisas de intenção de votos. Escolha seus candidatos com consciência e de acordo com suas convicções políticas.

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