Se o tempo não para pra nós, simples mortais, imagine para o Cazuza, cuja extensa obra o colocou para sempre no rol dos imortais. Se vivo, o roqueiro se tornaria hoje (4) um jovem senhor de 60 anos.

Dono de uma voz rouca, de uma loucura indomada e de canções que impressionam por sua atualidade, Cazuza continua cada vez mais vivo nas lutas que tomam as ruas por um país melhor e na indignação nossa de cada dia, mesmo o cantor tendo nos deixado há 28 anos vítima de complicações relacionadas à AIDS.

Sua obra é tão atual que até hoje, volta e meia, algum artista surge com uma canção inédita do roqueiro que se encaixa perfeitamente em nosso cotidiano. Esse foi o caso Rogério Flausino e Wilson Sideral, que receberam recentemente da mãe do artista, Lucinha Araújo, um poema inédito de Cazuza para que fosse musicado. E a parceria rendeu a pérola Não Reclamo (Essas canções de amor).

Diversos shows estão sendo programados em todo o Brasil para comemorar o aniversário do compositor sexagenário. Verifique a programação do seu bairro e aproveite para curtir uma boa música!

O surgimento do HIV no Brasil

O primeiro caso de AIDS identificado no Brasil foi registrado em 1982. A parir daí, as taxas de infecção subiram exponencialmente ao longo de toda aquela década. Nos anos seguintes, o Banco Mundial previu 1,2 milhão de casos até o ano de 2000, mas as ações de controle à epidemia do Ministério da Saúde reduziram esses números pela metade.

A maioria dos brasileiros só tomou conhecimento da AIDS em 1989, quando Cazuza declarou publicamente estar com a doença. Mesmo sabendo ter pouco tempo de vida, o cantor continuou seu trabalho e compôs algumas de suas canções mais famosas, como Ideologia e Burguesia.

Ao declarar publicamente que estava com a doença, Cazuza ajudou de maneira fundamental na conscientização das pessoas com relação à AIDS e seus efeitos. Após sua morte, Lucinha fundou a Sociedade Viva Cazuza, que até hoje destina o dinheiro arrecadado com as obras do compositor para ajudar no tratamento de crianças e adolescentes portadores do vírus.

Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que aproximadamente 35 milhões de pessoas morreram em todo mundo devido a complicações causadas pela doença. Hoje, a AIDS deixou de ser considerada uma epidemia, chegando ao patamar de pandemia, apenas com um número crescente de novas infecções em algumas áreas isoladas.

Recentemente, o portal do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon divulgou um alerta sobre o crescimento do número de casos de HIV entre pessoas com mais de 60 anos. Entre os principais motivos estavam os recursos médicos e tecnológicos que prolongaram a vida sexual dos homens nessa faixa etária e a falta de preocupação com os riscos do sexo sem a devida proteção. O resultado foi um aumento de 103% no número de idosos portadores do vírus HIV. Atualmente, 5% dos homens com mais de 65 anos são soropositivos.

Sexo é vida. Use camisinha!

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