Mesmo ocupando a segunda colocação no Índice Aegon de Preparo para a Aposentadoria, atrás da Índia, empatado com os Estados Unidos e à frente da Alemanha, o Brasil não tem motivos para comemorar. “É um resultado mediano”, explica Leandro Palmeira, superintendente de Projetos Estratégicos da Mongeral Aegon do Brasil. Nenhum dos 15 países analisados obteve pontuação alta.

Para chegar ao índice, a Cicero Research, consultoria responsável por globalizar a metodologia criada pelo Transamerica Center for Retirement Studies em 2012, aplicou um questionário com seis perguntas atitudinais e três comportamentais. Foram analisados: planejamento para a aposentadoria, preparo financeiro, substituição de renda, responsabilidade pessoal, nível de consciência e compreensão financeira.

Com 6,7 numa escala de 0 a 10, os resultados de 16 mil entrevistados mostram que os brasileiros precisam despertar e buscar uma melhor preparação para aposentadoria. “Isso significa reconhecer que o desafio de alcançar uma segurança financeira de longo prazo é uma responsabilidade compartilhada, que requer engajamento de todos os envolvidos governo, empregadores e indivíduos”, afirma Palmeira.

O índice superior da Alemanha (6,1), Reino Unido (6,1) e China (6,0), que também estão no ranking de pontuação média (entre 6 e 7,99), tem uma explicação: INSS (Instituto Nacional de Seguro Social). “O Brasil tem um sistema público amplo e generoso. Como a renda de boa parte dos trabalhadores não excede o teto do benefício pago, que é de R$ 5.189,00, muitos brasileiros não sentem a necessidade de construir uma estratégia pessoal adicional para a aposentadoria”, diz.

Mas ele lembra que, considerando o atual déficit financeiro do INSS, não se pode mais depositar tanta confiança no sistema público de aposentadoria, que passará por mudanças nos próximos meses. “É o momento de empregadores ofertarem fundos de pensão e planos de previdência, e de trabalhadores começarem a poupar desde cedo, guardando reservas não só para o futuro, mas para imprevistos, como uma invalidez.”

Paralelamente e com igual importância, Palmeira ressalta que a segurança financeira deve caminhar lado a lado com a saúde e a qualidade de vida, visando à autonomia na terceira idade. “Precisamos aprender com os europeus e americanos a pensar no longo prazo. Os latinos e os indianos são sociedades nas quais os velhos ainda contam com os jovens para o futuro.”

Quer saber mais? Baixe aqui o PDF com a pesquisa.

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